Me utilizando de trecho do artigo de Marcos Coimbra na Carta: " É o oposto daquilo que o professor Edgar de Decca, da Unicamp, caracterizou há alguns anos. Escrevendo sobre a Revolução de 1930, ele mostrou que ela entrou para nossa história através da narrativa daqueles que a venceram. Tudo aquilo pelo qual se bateram os derrotados foi ignorado ou desconsiderado. Sobre aquele movimento, nossa historiografia só nos conta a versão dos vencedores. Ninguém mais se lembra do que queria o outro lado. Impôs-se a ele “o silêncio dos vencidos”.
Creio que a história dos governos militares segue a mesma linha. Só lemos a versão dos vencedores. Os militares são os truculentos que impediam a democracia, o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população.
Hoje, 26 anos após os 21 anos dos governos militares, não há democracia (basta ver os eleitos da "Ficha Limpa", casos de corrupção abafados, entre outros), o desenvolvimento (apesar da grande difusão de renda através dos programas do Governo Lula) beneficia principalmente os grandes bancos e grandes grupos empresariais, e a qualidade de vida do brasileiro permanece muito aquém do tamanho de sua economia.
Bom, ou estou ficando louco, ou a história dos vencedores na realidade, é estória. Ficção, que se beneficia da incapacidade de reação dos derrotados (graças a um derrotado que resolveu assumir essa condição ao promover a devolução do poder aos civis). Pois assim, os perseguidos puderam promover sua propaganda e se locupletarem com o 'Bolsa Didatura", passando uma falsa idéia de liberdade e heroísmo. Vários desses senhores e senhoras que pregavam um governo ético, se viram pegos em escândalos de corrupção, que como gosto de frisar, não lembro de ter visto nenhum dos generais que governaram o país saírem ricos do cargo, ou mesmo filhos e parentes, pelo contrário, o irmão de Castelo Branco foi demitido por ter ganho um volkswagen de presente, o presidente lhe ligou e perguntou quando ele iria devolver o veículo, porque demitido da função já estava.
Percebe-se então uma clara diferença ética entre os 'truculentos' e os "democratas'.
Comparando-se os governos atuais e do período dos "Anos de Chumbo", dois se assemelham em vários aspectos: o de Lula e o de Geisel. Provavelmente por isso Lula tem o apoio que irá conduzir sua indicada à presidência.
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