"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, novembro 05, 2011

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Semana passada ouvindo a Band News, a Inês de Castro e a Rosely Sayão em saíram com a pérola da equiparação de time de futebol com a escola.A discussão era sobre a situação em que se encontravam diversas crianças e jovens em relação a recuperação.
Rosely Sayão com apoio da Inês de Castro jogou na escola a culpa (como sempre, e não é uma ideia criada por elas, simplesmente foi repetida) pela situação de diversos alunos. Que as escolas muitas vezes não recuperam seus alunos, e que muito pior, professores destas escolas às vezes até indicam professores particulares para os pais, ao invés de cumprirem com sua obrigação. E que a escola, assim como um time nunca deveria desistir até o fim do jogo.
Bom, vamos por partes.  A situação do professor particular é algo interessante. Temos no Brasil escolas dos mais diversos matizes, desde a escola tradicional, até as construtivistas. Ai temos um problema. O vestibular (que todos os pais querem que os filhos passem) não é construtivista. Ai sai o resultado do ENEM, as escolas tradicionais se saem melhor e os pais correm para ela. Na escola tradicional, muitas vezes, o aluno originário do construtivismo às vezes não conseguem acompanhar o ritmo da escola tradicional com o seu ritmo de provas e cobranças de aprendizagem (uma vez que nessa escola não existe o “cada um tem seu tempo”). No caso, o problema maior fica nos pré-requisitos. O aluno chega, não sabe o conteudo anterior e o professor tem que trabalhar os conteudos previstos para aquele ano. O que fazer? O professor para e retoma o conteudo do ano anterior prejudicando toda a sala, ou indica um professor particular aos pais para que aquele aluno tenha a chance de recuperar os pré-requisitos e acompanhar a turma?
O segundo caso é que, se há um time precisamos organizá-lo. Em primeiro lugar, o time não é composto somente pelos educadores da escola. A família que muitas vezes larga o aluno e pretende que a escola solucione tudo, foi a primeira a desistir do campeonato. A escola funciona como um time do meio de campo para trás, mas o artilheiro é o aluno, e se ele não se esforçar para querer fazer o gol, de nada adianta a assistência do restante do time. Então essa desistência também não pode ser imputada à escola.
Outra coisa. Odeio a unanimidade. Já citei várias vezes o Nelson Rodrigues. Recuperação e reprovação sim, podem ser muito bom para os alunos. Essa estória de abater o moral da criança e do jovem é idiotice. Se assim não fosse, eu não estaria aqui escrevendo isso, e muitos excelentes profissionais nas mais diversas áreas não existiriam também. A França, por sinal está desde o ano passado revendo esses conceitos exatamente pela queda de qualidade do ensino lá, provocado por tais ideias.

Outra questão que gostaria de discutir aqui é a do ENEM. O Colégio Christus em Fortaleza é composto por alunos de poder aquisitivo elevado, ou, que pais extremamente esforçados os colocam lá. Imaginar que as questões as quais os alunos tinham posse, nesses tempos de intensa comunicação das redes sociais, entre outras, ficaram circunscritos a esses alunos é simplesmente um exercício da mais pura ingenuidade.
O procurador Oscar Filho, que foi meu professor de português no Colégio Farias Brito (por sinal excelente professsor), sabe muito bem da comunicação entre os alunos e sua consequente troca de informações.
Não sei sinceramente, qual a razão de um exame tão bem elaborado (do ponto de vista de idealização) permanece tão mal gerido. Parece-me algo feito por amadores do pior tipo, principalmente por não serem amadores. Nesse caso, os deslizes anuais até parecem algo mal intencionado.

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