Hoje iniciei a leitura da Carta desta semana. Tive uma bela surpresa ao ler sobre o Ribinha, artista plástico maranhense que se "escondia" no interior do Estado e que agora vai expor suas obras em São Paulo. Desejo muito sucesso a esse rapaz e que sorte aos outros "Ribinhas" que se encontram escondidos nos sertões (alguns nas capitais) do Nordeste. Lembro-me que quando estava na UECE com uns 19 anos, ao passar no calçadão da Beira-Mar (que àquela época ainda era lindo e não o que se vê hoje) havia um garoto de uns 10 anos que desenhava no chão com pedras de giz, que posteriormente foram substituídas por bastões coloridas por obra de doação de uma "alma caridosa". O garoto fazia miséria naquele calçadão. E hoje quando recebo e-mails de artistas estrangeiros que realizam trabalhos assemelhados, imagino o que poderia ter sido daquele garoto se como Ribinha tivesse recebido o apoio necessário.
Maurício Dias acerta em cheio em relação as críticas feitas por FHC em relação aos atuais casos de corrupção no Governo, que ele retrocede ao período de Lula.
O que não se pode deixar de olhar com certa crítica é que diferentemente de Lula e principalmente Dilma (que está se livrando dos corruptos), no Governo FHC não houve a explosão de tantos casos e nem de demissões, mas isso realmente significa que não existiam ou simplesmente eram abafados e não investigados?
No "Andante mosso" existe uma tentativa de rebater os ataques que estão sendo feitas a Lula em relação ao seu tratamento em hospital particular ao invés do uso do SUS. Há o uso de uma frase de Gilberto Freyre "Nada mais cômico, na verdade, do que a ideia (...) de que qualquer homem de tendências socialistas, se tiver algum dinheiro e, principalmente, se possuir automóvel, deve cuidar de desfazer-se de tudo e vestir trapos, como se, reduzindo-se ao estado de pobretão, ele concorresse para a solução das injustiças sociais que denuncia ou critica".
Temos aí uma situação interessante. Realmente na condição de pobretão ninguém consegue auxiliar ninguém a atingir a dignidade de consumo, mas, quando se multiplica o patrimônio por 20 (que já não era pequeno), ou por 5, 10 que seja, e não se divide isso em beneficio de uma sociedade mais justa, algo está errado. E isso é bem comum nos representantes da "esquerda" que chegam ao poder. A ausência desta distribuição que poderia ser feita sem os levar ao estado de pobretão e prover uma melhoria de vida nas comunidades que os elegeu. Assim é fácil ser de "esquerda".
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