Com o titulo de "Proteção para quem?", Rodrigo Martins escreveu um artigo na ultima Carta sobre a ocupação do Alemão.
Como dito na própria reportagem pelo procurador da justiça militar aposentado João Rodrigues Arruda, o Exército é adestrado para combater. O treinamento e armamento militar é feito para a guerra, e, o objetivo da guerra é derrotar o inimigo infligindo baixas tão pesadas que ele desista do conflito (o objetivo não é "arrasar" o inimigo como muitos pensam).
Partindo dessa premissa, a ocupação do Alemão sem troca de tiros e diversos cadáveres espalhados pelo chão, demonstram uma certa "adaptação" da tropa para tais empregos. E como disse o morador José Gilmar Campelo, muitos dos agredidos que reclamam de abusos por parte da tropa de ocupação: "Tem gente que extrapola, bebe demais, fala o que não deve".
A tropa está lá para auxiliar na ocupação e retirada do poder dos traficantes. Não está para ser confrontada e sofrerem desacato. Se assim não o fosse não existiria uma declaração como a de Gilmar.
Um detalhe importante. O emprego das Forças Armadas nos morros cariocas não é eterno, ou seja, tem prazo de "validade".
Que a população vai ter que se adaptar a essa nova realidade por um tempo está claro. As revistas tem que ocorrer, pois, pelo menos ao que eu saiba, não se reconhece traficante pela "cara".
E se o emprego é inconstitucional é só entrar com uma ação nos meios legais contra Celso Amorim e Dilma Roussef, que são em ultima estância os que determinam e autorizam o emprego da tropa nessas condições.
Clara Roman ao escrever sobre a ocupação da USP pelos estudantes e sua retirada pela policia acredita realmente que a policia está errada e os estudantes certos.
Até agora não consegui entender declarações como a do professor de filosofia Vladimir Safatle "Aluno de classe rica não tenho quase nenhum", claro que não tem, ele é professor de filosofia. Que cursos tem a disciplina de filosofia como obrigatória? Qual é público destes cursos? Garanto que a realidade em cursos com medicina e direito é outra.
O juiz Jorge Luiz Souto Maior ainda vai mais longe, afirma que o "problema é a falta de compreensão da administração da USP(...)".
Bom, pela reportagem creio que a solução é a total retirada do policiamento e que os próprios funcionários, estudantes e professores cuidem da segurança interna. Querer a segurança e não querer arcar com a oneração desta presença é no mínimo algo antisocial, algo que não se deve aceitar em uma sociedade que se diz de direito.
Lembro-me que no final dos anos 80 em Fortaleza durante uma calourada do DCE da UFC que estava marcada para a concha acústica da Reitoria com historicamente sempre ocorria, o então Reitor impediu que essa fosse ali realizada. A consequência foi a decisão de ocupar a Reitoria e realizar a festa assim mesmo.
No dia marcado, a policia estava dentro da Reitoria. Os alunos tentaram invadir, a policia reagiu, e seguiu-se uma onda de violência, com alunos sendo perseguidos pela tropa de choque por vários quarteirões.
Luiziane Lins, atual prefeita de Fortaleza pelo "partideco" estava lá. Por sinal, o Reitor era seu pai. Mas, mesmo tendo sofrido agressões por parte da policia, agora no dia 1° de setembro ela ordenou o emprego da tropa de choque contra uma manifestação dos professores na Assembléia do Estado do Ceará.
Daí, podemos tirar a seguinte conclusão. Quando necessário, a "esquerda" faz o mesmo uso dos mecanismos da "direita". São equivalentes. E assim, porque tanta reclamação em relação a USP?
Outro detalhe, os alunos deveriam se enquadrados como? Walter Fanganiello não acha que devem ser como quadrilha ou bando. No código penal sob o título dos "crimes contra a paz pública", insere-se o delito de quadrilha ou bando no Código Penal, em seu art. 288, com a seguinte previsão típica:
Outro detalhe, como até agora não houve mudanças na legislação, fumar maconha ainda é crime, apesar de ter sofrido despenalização.
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