"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Comentários

Hoje pela manhã estava ouvindo Ricardo Boechat na Band News comentar sobre a decisão da presidente Dilma Roussef de não afastar Carlos Lupi de seu cargo. 
Creio que essa decisão de Dilma foi o seu primeiro grande erro político. De um só vez ela promoveu duas desmoralizações, a do Conselho de Ética da Presidência que decidiu (unânimamente) pelo afastamento, assim como a do próprio Governo, pois manter Carlos Lupi na situação insustentável em que ele se encontra só vai gerar desgaste e sua saída vai ocorrer dentre em breve da mesma forma, ou seja, decisão errada da presidenta.
Por sinal, considero a questão da discussão sobre corrupção no Brasil algo feito ainda de forma leviana. 
Sei que já postei aqui minha contrariedade em relação à ausência de participação nas marchas contra a corrupção no país, enquanto marchas pelas vadias, pela liberação da maconha e tantas outras inúteis ficam simplesmente lotadas, isso sem falar na atuação de crianças mimadas que impedem as aulas na Universidade de melhor ranking do país no mundo e ainda são consideradas por alguns como movimento democrático, é muita falta do que fazer. Não sei que tipo de movimento social ou sociedade está se criando nessas condições, mas de mudança para algo melhor é que não é.
A corrupção tira leitos hospitalares, merenda escolar e vagas escolares de crianças, postos de trabalho, reduz e desastabiliza a segurança pública, agride o meio ambiente pela não atuação dos orgãos competentes ou falta desta pelo reduzido pessoal empregado, reduz a fiscalização dos mais diversos tipos como a da sonegação de impostos, ou seja, é um mal que atinge a sociedade em vários aspectos. Nesse caso um primeiro grande problema é que se existe um corrupto, existe um corruptor, e com toda a certeza o corruptor não está dando dinheiro de presente ao corrupto, ou seja, existe uma vantagem financeira muito grande para o corruptor. A segunda situação é a ausência do corruptor, mas com desvios da verba pública em benefício próprio. Nos dois casos quem sofre é a população, pois vai ter a ausência ou ineficiência dos serviços públicos que deveriam ser prestados.
E é aí que eu não aceito a ausência da mídia em relação a movimentos que lutam pela redução da corrupção no país, enquanto se dá cobertura a movimentos vazios de sentido e amplitude.


Li uma noticia no jornal metro de dois dias atrás que me pareceu brincadeira de mau gosto. Os juizes federais do Trabalho pararam para reivindicar reajuste nos vencimentos, mais segurança e mudanças nas políticas previdenciária e de saúde. Que os juizes tenham mais segurança para que exerçam seu trabalho com dignidade ninguém discute, é uma obrigação o Estado fornecer tal apoio. Agora, manter a previdencia integral, enquanto o judiciário julgou constitucional a retirada desta nos outros setores é no mínimo antiético. Em relação ao salário o juiz federal do trabalho assim como os demais  têm piso salarial de R$ 21,6 mil e podem ganhar até R$ 27 mil por mês, acho que após esses valores não preciso falar mais nada. É uma piada um movimento como esse.


Venho percebendo que a propaganda para desciminalização e liberação da maconha e cocaína (alguns defendem isso também) tem se ampliado bastante no meio político e na mídia. A idiota da Luana Piovani só parou de fumar maconha com a gravidez, e ainda fala disso como se fosse "legal". Bom, mas aonde quero chegar é o seguinte. Em 2005, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o SUS gastou mais de R$ 338 milhões – o equivalente a 30% dos custos hospitalares totais do sistema público de saúde - apenas com a internação de pacientes que apresentavam câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares relacionadas ao uso de tabaco, e pelo que eu saiba existe uma campanha pública para a redução do fumo no país. Em uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde sobre o consumo de  álcool, as mortes relacionadas diretamente a esse consumo cresceram de 10,7 para 12,64 por cem mil habitantes, o que representa 92.946 mortes no período entre 2000 e 2006. Dados especulativos estimam que o Brasil gaste, anualmente, 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) com conseqüências de problemas relacionados ao álcool. E pelo que eu saiba também existe campanha para a redução do consumo de álcool.
O que eu não entendo é... se existem campanhas para a redução de drogas socialmente aceitas, exatamente pelo mal social  e gastos públicos que causam, porque vamos liberar a maconha e a cocaína criando assim mais drogas socialmente aceitas? Existe alguma lógica por trás disso? Eu não consigo ver.
Para mim é a mesma lógica de se ter um limite legal de velocidade no país e se permitir a veiculação na mídia de propagandas com automóveis mostrando exatamente a sua potencia de ultrapassar com facilidade esse limite, ou seja, não existe lógica. 

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