A maior estatal do Brasil e uma das duas maiores empresas do país troca de Presidente, saindo do cargo o professor José Sérgio Gabrielli. Assume o cargo Maria das Graças Foster.
Maria das Graças Foster, segundo e-mail que recebi é bastante próxima de Dilma, trabalharam juntas quando Dilma era secretária de Energia do Rio Grande do Sul.
O problema surge quando a proximidade entre a Presidente Dilma e a presidente da Petrobrás pode avalizar um possível conflito de interesses.
A Petrobrás alega que não houve conflito de interesses entre a posição de Maria das Graças Foster e a multiplicação (isso me lembra outro petista) dos contratos do seu marido com a estatal. Em investigação interna afirmou-seu que a área dirigida por Maria das Graças Foster não interferiria nos contratos da empresa de seu marido.
Tudo bem, aceito que não havia ligação legal que comprovasse o conflito de interesses, mas no mínimo existia uma questão ética. E agora na condição de presidente da Petrobrás, tal conflito ético e agora também legal (afinal de contas ela não é mais apenas diretora de uma área restrita e sim presidente da empresa) deveriam impedir que Maria da Graças Foster assumisse o cargo, uma vez que, os negócios com a empresa do marido já foram consumados ou estão em andamento.
Creio que a quebra de contrato com a empresa C Foster Serviços e Equipamentos deve vir com uma multa a ser coberta pela estatal. Não é o caso. A melhor saída (pelo menos a ética), seria o impedimento de Maria das Graças Foster de assumir a presidencia da empresa e ao final dos contratos, a não renovação de serviços por parte da Petrobrás com a C Foster Serviços e Equipamentos enquanto Maria das Graças permanecesse na empresa.
Abaixo acrescentei uma reportagem de Ricardo Noblat.
Ricardo Noblat – 14 nov 2010
Petrobras tem 43 contratos com marido de ministeriável
Negócios saltaram em 2007, quando Graça Foster assumiu diretoria da estatal
Engenheira é cotada para assumir cargo no 1º escalão do governo Dilma; Petrobras nega que haja favorecimento
Fernanda Odilla
A empresa do marido de Maria das Graças Foster, nome forte para o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff, multiplicou os contratos com a Petrobras a partir de 2007, ano em que a engenheira ganhou cargo de direção na estatal.
Nos últimos três anos, a C.Foster, de propriedade de Colin Vaughan Foster, assinou 42 contratos, sendo 20 sem licitação, para fornecer componentes eletrônicos para áreas de tecnologia, exploração e produção a diferentes unidades da estatal.
Entre 2005 e 2007, apenas um processo de compra (sem licitação) havia sido feito com a empresa do marido de Graça, segundo a Petrobras.
A C.Foster, que já vendeu R$ 614 mil em equipamentos para a Petrobras, começou na década de 1980 com foco no setor de óleo e gás, área hoje sob a responsabilidade de Graça Foster.
Funcionária de carreira da Petrobras, Graça é cotada para um cargo no primeiro escalão do governo dilmista, como a presidência da Petrobras, a Casa Civil, a Secretaria-Geral da Presidência ou outro posto próximo da presidente eleita, de quem ganhou confiança.
Foi por indicação de Dilma que Graça ganhou, a partir de 2003, posições de destaque no Ministério de Minas e Energia, Petroquisa e BR Distribuidora e, há três anos, assumiu a diretoria de Gás e Energia da Petrobras.
Antes de a C.Foster firmar esses 42 contratos com a Petrobras, a relação de Graça com a empresa do marido, Colin Vaughan Foster, já havia gerado mal-estar.
Em 2004, uma denúncia contra a engenheira, relacionada ao suposto favorecimento à empresa do marido, foi encaminhada à Casa Civil.
O então ministro José Dirceu pediu esclarecimentos ao Ministério de Minas e Energia, sob o comando de Dilma. A fonte da denúncia não é identificada nos documentos obtidos pela Folha.
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