Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 26 de fevereiro de 2012.
Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.
Romanos. 13:13-14
O estudo da etimologia da palavra Carnaval nos leva a buscar sua origem no latim tardio, “carnem levare”, ou “carne levare”, que significa: “Adeus a Carne” ou “Abstinência de Carne”. Este termo, por volta do século XI, foi usado para designar a véspera da quarta-feira de cinzas, dia em que se iniciava a exigência da abstenção de carne, ou jejum quaresmal. As festas carnavalescas surgiram, portanto, a partir da implantação da Semana Santa pela Igreja Católica, precedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. O prenúncio de um longo período de privações motivou a população a se mobilizar realizando grandes festejos gastronômicos nos dias que antecediam a quarta-feira de Cinzas.
Ao encerrarem-se os festejos carnavalescos parece-me oportuno recordar o polêmico e sempre atual texto, de um ano atrás, da jornalista paraibana Rachel Sheherazade, levado ao ar no Programa Tambaú Notícias da TV Tambaú, Grupo SBT. A jornalista teceu, na época, comentários corajosos e muito lúcidos sobre o Carnaval, período em que uma massa totalmente anestesiada comete os mais loucos excessos sob o aplauso e benemerência das autoridades.
- TV Foco Entrevista Rachel Sheherazade Ancora do SBT Brasil
Para alguns ela é ingrata e chega depressa demais. Eu acho que até ela demorou muito, mas antes tarde do que nunca. Finalmente é quarta-feira de cinzas, e agora sim, dois meses depois do réveillon o ano de fato vai começar. Agora que as fantasias se rasgaram, que os trios e as batucadas se calaram, agora que a maquiagem manchou, que as máscaras caíram e a folia terminou agora que o efeito inebriante do carnaval já passou é hora de viver a vida real. (Rachel Sheherazade)
O TV foco, um dos maiores sites especializados em audiência da TV, entrevistou a jornalista:
TV FOCO: você acreditava que sua critica sobre o carnaval teria a grande repercussão que teve, chegando até a conquistar a atenção de Silvio Santos?
Rachel Sheherazade: Quando fiz o comentário sobre o carnaval no meu programa, o Tambaú Notícias acreditava que ele teria certa repercussão, assim como outros temas que levantei em outras oportunidades de opinar. Mas, achava que a repercussão seria local, dentro da Paraíba mesmo. Não esperava que alguém fosse postar o comentário na internet e que esse vídeo pudesse se espalhar tão amplamente, chegando ao conhecimento do Sílvio Santos.
TV FOCO: como foi que sua família e amigos reagiram quando ficaram sabendo que você tinha sido convidada a ser a ancora de um dos principais telejornais do Brasil?
Rachel Sheherazade: Ficaram muito felizes e assustados ao mesmo tempo. Nunca esteve nos meus planos deixar a Paraíba, e mudar tão radicalmente de vida. (...)
- As Verdades das Fantasias do Carnaval
Rachel Sheherazade, quarta-feira, 2 de março de 2011.
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=T1MKkGYRQzM
Ontem foi quarta-feira de fogo, e eu não vejo a hora de chegar a quarta-feira de cinzas.
Não, não é que eu seja inimiga do carnaval. Até já brinquei muito: em clubes, nos blocos, nas prévias... fui até a Olinda em plena terça-feira de carnaval... Portanto, vou falar com conhecimento de causa.
E revelar algumas verdades que encontrei por trás da fantasia do carnaval.
A primeira delas: o carnaval é uma festa genuinamente brasileira.
Não, não é. O carnaval, tal como nós o conhecemos, ele surgiu na Europa, durante a era vitoriana, e se espalhou pelo mundo afora, adaptando-se a outras culturas.
Segunda falsa verdade: é uma festa popular.
Balela! O carnaval virou negócio – e dos ricos. Que o digam os camarotes VIP, as festas privadas e os abadás caríssimos, chamados "passaportes da alegria".
E quem não tem dinheiro para comprar aquela roupinha colorida não tem, também, o direito de ser feliz??? Tem não!
E aqui, na Paraíba, onde se comemoram as prévias não é muito diferente. A maioria dos blocos vive às custas do poder público e nenhuma atração sobe em um trio elétrico para divertir o povo só por ser, o carnaval, uma festa democrática.
Milhões de reais são pagos a artistas da terra e fora dela para garantir o circo a uma população miserável que não tem sequer o pão na mesa.
Muitas coisas, hoje, me revoltam no carnaval.
Uma delas é ouvir a boa música ser calada à força por "hits" do momento como o "Melô da Mulher Maravilha", e similares que eu não ouso nem citar.
Eu fico indignada quando vejo a quantidade de ambulâncias disponibilizadas num desfile de carnaval para atender aos bêbados de plantão e valentões que se metem em brigas e quebra-quebra.
Onde estão essas mesmas ambulâncias quando uma mãe que precisa socorrer um filho doente? Quando um trabalhador está enfartando? Quando um idoso no interior precisa se deslocar de cidade para se submeter a um exame?
Eu me revolto em ver que os policiais estão em peso nas festas para garantir a ordem durante o carnaval, e, no dia a dia, falta segurança para o cidadão de bem exercitar o simples direito de ir e vir.
Mas o carnaval é uma festa maravilhosa! Dizem até que faz girar a economia. Que os pequenos comerciantes conseguem vender suas latinhas, seu churrasquinho....
Ora se esses pais de família dependessem do carnaval para vender e viver passariam o resto do ano à míngua.
Carnaval só dá lucro para donos de cervejaria, para proprietários de trio elétrico e para uns poucos artistas baianos. No mais, é só prejuízo.
Alguém já parou para calcular o quanto o estado gasta para socorrer vítimas de acidentes causados por foliões embriagados? Quantos milhões são pagos em indenizações por morte ou invalidez decorrentes desses acidentes?
Quanto o poder público desembolsa com os procedimentos de curetagem que muitas jovens se submetem depois de um carnaval sem proteção que gerou uma gravidez indesejada?
Isso sem falar na quantidade de DST’s que são transmitidas durante a festa em que tudo é permitido!
Eu até acho que o carnaval já foi bom... Mas, isso foi nos tempos de outrora.
- Livro
O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre.
Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Vice- Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB - RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
E-mail: hiramrs@terra.com.br
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