"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, abril 05, 2012

Retrato de Estaline em cadernos escolares volta a provocar polémica na sociedade russa

darussia.blogspot.com - QUINTA-FEIRA, ABRIL 05, 2012

 

В московских магазинах появились в продаже школьные тетради с <br />изображением Иосифа Сталина, выпущенные в рамках серии "Великие <br />имена России". Диктатор представлен в виде парадного портрета со <br />всеми орденами

A publicação de cadernos escolares com o retrato de José Estaline está a provocar uma nova onda de discussões sobre o ditador comunista que governou a URSS entre 1924 e 1953.

Os cadernos, que chegaram às livrarias no mês passado, pertencem a uma série dedicada a personagens ilustres da História da Rússia como Catarina a Grande, o compositor Serguei Rakhmaninov, o pai do programa espacial soviético, Serguei Koroliov.

Na penúltima página do caderno podem-se ver fotografias de Estaline ao lado do famoso escritor Máximo Gorki ou do lendário piloto Valeri Tchkalov, mas também fotos de prisioneiros dos campos de concentração por ele criados.

No texto que acompanha as fotos lê-se que esta "foi uma figura contraditória" da história. Por um lado, é culpado pelo terror que levou à prisão e morte de milhões de pessoas, mas, por outro, sublinha-se que foi com ele que surgiu uma forte indústria soviética e umas forças armadas capazes de derrotar o ditador nazi, Adolf Hitler.

Políticos e historiadores do campo liberal exigem que as autoridades os retirem das livrarias, onde estão a bater recordes de vendas.

"Trata-se de degradação moral. Há leis da perceção visual, quando a criança vê essa rica capa com Estaline bigodudo e bonito, este é para ela um herói. Do ponto de vista educativo, trata-se simplesmente de total depravação", considera o conhecido historiador liberal Nikolai Svanidzé.

Serguei Volkov, redator-chefe do jornal Literatura, é ainda mais contundente: "Isso é comparável à publicação da suástica de Hitler".

"Como podemos excluir Estaline da lista de personagens históricas? Goste-se ou não, teve um papel muito significativo no século XX", defende Artiom Bilan, diretor artístico da editora Alt, que publicou os cadernos.

"As crianças e até os estudantes universitários não sabem quem é Estaline. Por isso, nós não só tratamos de vender o maior número de exemplares, mas também de contribuir para o conhecimento da história", acrescentou.

"Não é uma apologia ou um panegírico. Os métodos de Estaline foram condenáveis, mas não pode ser comparado a Hitler. Esperávamos alguma crítica, mas não uma polémica tão grande. Os cadernos não são para a escola primária, mas secundária", frisou Bilan.

Artiom Bilan assegura que a editora não tenciona suspender a venda dos cadernos, tanto mais depois da discussão ter feito disparar as vendas.

O ministro russo da Educação e Ciência, Andrei Fursenko, condena a publicação dos cadernos, mas reconhece que não pode proibir a venda.

"Acho isso negativo? Considero isso um fenómeno mau, incorreto", declarou aos jornalistas, acrescentando: "Que posso fazer? Quem pode fazer o quê? Os cadernos nem sequer são compêndios. Se não vai contra a lei, cada um pode publicar o que quiser".

"Não se pode por lei publicar pornografia, símbolos nazis, mas quem pode proibir por lei tudo o resto?", questiona.

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