blogdaunr.blogspot.com.br - 22 maio 2012
Mais
de 1 milhão de peças 'made in China' foram encontradas em equipamentos
militares estratégicos por comitê do Senado americano
Peças ‘made in China’ são usadas nas Forças Armadas dos EUA
Um relatório do Comitê das Forças Armadas do Senado americano divulgado nesta segunda-feira descobriu que há um vasto uso de peças eletrônicas falsificadas no armamento militar do país. As peças, além de trazerem riscos à segurança, também trazem prejuízo para o governo americano.
A
investigação de um ano e dois meses traz à tona a descoberta de 1.800
casos de componentes falsos em aeronaves militares americanas. Nesses
casos havia mais de um milhão de peças falsificadas, dos quais 70%
seriam provenientes da China. Depois da China, o Reino Unido e o Canadá
são os maiores fornecedores de peças falsificadas para as Forças
Armadas dos Estados Unidos.
De acordo com o documento, os militares americanos dependem de vários “componentes eletrônicos, pequenos e incrivelmente sofisticados”, como equipamentos de visão noturna, rádios e GPS, que, se sofrerem com a falha de uma única parte, podem colocar a vida dos soldados em risco.
Além de criticar a fragilidade da cadeia de suprimentos dos EUA — um programa nacional que deveria identificar suspeitas de peças falsificadas foi descrito como “tristemente deficiente” —,
os senadores criticam o fracasso chinês em conter o seu vasto mercado
de produtos falsificados, que são exportados para todo o mundo. —
Nosso relatório descreve como esse fluxo de peças falsificadas,
predominantemente da China, ameaça a segurança nacional, a segurança de
nossos soldados e os empregos americanos — afirmou à CNN o senador Carl Levin, presidente do Comitê.
Durante
as investigações, o governo chinês se recusou a dar vistos para uma
equipe do comitê do Senado que queria visitar o país. O comitê criticou
Pequim por não fechar fábricas de produtos falsificados. “Peças
eletrônicas falsificadas são vendidas abertamente em mercados públicos
na China. Em vez de reconhecer o problema e agir agressivamente para
acabar com os falsificadores, o governo chinês tem tentado evitar o
escrutínio”, afirma o relatório de mais de 100 páginas. Entre os equipamentos onde foram usados as peças falsificadas chinesas estão helicópteros da Marinha, caças e aviões de carga, que foram analisados mais a fundo pelos senadores americanos.
Apesar de o inquérito só ter sido divulgado agora, o senado americano não esperou para agir contra os efeitos das peças “made in China”:
uma emenda à lei de Autorização da Defesa Nacional foi proposta e
aceita. A ideia é atingir a fragilidade da cadeia de abastecimento da
defesa americana e promover a adoção de agressivas práticas para evitar
o uso de peças falsificadas no setor.
A emenda foi assinada pelo
presidente Barack Obama em 31 de dezembro de 2011. Parte da lei
determina que, quando o contratante encontrar peças ruins em um
sistema, ou ele ou o fornecedor pagarão para resolver o problema. Antes, esse custo era pago pelo Departamento de Defesa.
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