"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

domingo, julho 01, 2012

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Voltando ao caso da aliança PT/PP ou se prefirirem Malluf/Lula, estava ainda a pouco lendo a reportagem intitulada “A imagem fala por si” de Carta. A reportagem discute o custo da imagem da  aliança em troco do tempo que será adquirido com a aliança.

O que me surpreende ao ler reportagens desse tipo é encontrar quem ainda a defenda como o professor Fabiano Santos do Instituto de Estudos Sociais e Politicos da UERJ. Para ele segundo a reportagem o pragmatismo do PT é necessário nesse momento.

Concordo com a Erundina (apenas no fato, que como disse Maurício Dias: escondidinho pode?) que a forma como a coisa foi feita, com toda a pompa estipulada por Malluf e seguida por Lula e Haddad. Foi o legítimo beija mão como fala a reportagem. o partideco caracterizado como senzala ajoelhado diante do senhor da casa grande implorando por esmolas.

Algo que me deixa irritado nesse tipo de discussão é a desculpa dada por Erundina para não apoiar Malluf: (…) É uma pessoa que não tem menor escrúpulo. Ele não só foi um agente da ditadura, ele patrocinou as ações do regime como governador de São Paulo, como prefeito da capital.’

Bom, considerando que na reportagem há a informação de que Malluf e seu filho são procurados pela Interpol (podem ser presos em 181 países) e está no “hall da fama da corrupção” do Banco Mundial (só 4 brasileiros em 150 listados), o fato dele ter dado apoio à ditadura não é uma bobagem? Sinceramente, não é pensar pequeno o que Erundina fez? Imaginem a quantidade de dinheiro desviado para Malluf fazer parte desse seleto grupo. Agora pensem no quanto esse dinheiro poderia auxiliar na construção de escolas, hospitais, postos de saude, compra de medicamentos para distribuição ao povo, obras de saneamento básico para a periferia carente, entre outras coisas. Quantas pessoas poderiam ter sido “salvas” com esse montante? porque aí não entra só o desvio de Malluf, mas os corruptores ativos, as empresas e empresários beneficiados com sua atitude, provavelmente com muitas situações de superfaturamento, etc.  

Nesse caso falar de um grupo de quatro ou cinco “gatos pingados” tem importância? Creio que não. Penso que Erundina fez o certo, mas deixou que seu pensamento ideológico medíocre lhe desse uma visibilidade muito menor pelo seu feito.

 

 

Em outra situação, Vladimir Safatle em seu artigo “Atomização Social” veio um pouco ao encontro de algo que antes já publiquei aqui, que é a questão do esvaziamento de uma luta social mais ampla em troca das lutas por padrões identitários.

Complicado, e que provavelmente não nos levará a nada, somente pequenos ganhos, em troca de grandes perdas (que já assistimos no mercado de trabalho a tempos).  

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