"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

domingo, março 17, 2013

Putin justifica invasão soviética da Finlândia em 1939

SEXTA-FEIRA, MARÇO 15, 2013

PUBLICADA POR JOSÉ MILHAZES

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, justificou a invasão da Finlândia por parte da União Soviética em 1939, dando assim um forte argumento aos finlandeses que defendem a adesão do seu país à NATO.

Na véspera, o dirigente russo, num encontro com membros da Sociedade de História Militar da Rússia considerou que a URSS, ao invadir a Finlândia, tentou emendar os erros cometidos durante a revolução comunista de 1917.

Depois de afirmar que não tencionava fazer uma avaliação da guerra soviético-finlandesa, em que a Finlândia perdeu 10% do seu território e 20% da sua capacidade industrial, Putin declarou: “Depois de uma análise muito breve, pode-se concluir que a fronteira estatal (com a Finlândia) ficava a 17-20 quilómetros de Petersburgo, o constituía uma grande ameaça para uma cidade de cinco milhões. Penso que os bolcheviques tentaram emendar os erros históricos que cometeram em 1917”.

“Depois de terem recebido o apoio armado da parte de destacamentos armados finlandeses, que então fazia parte do Exército Russo e que, como é sabido, apoiaram significativamente e exerceram influência no resultado do golpe de Estado de Outubro. Depois, constaram que a fronteira estava perto. Não conseguiram chegar a acordo e apostaram nessa guerra”.

Segundo ele, os primeiros meses dessa guerra foram “sangrentos e pouco eficazes da nossa parte”.

“Mas, depois, as coisas voltaram ao seu lugar… Concentraram forças e meios significativos. Tornou-se claro que não era possível vencer a guerra apenas com as forças da Região Militar de Leninegrado e começaram a agir de outra forma. E a parte contrária sentiu em si a força do Estado Russo, Soviético então”, frisou Putin.

Arrisco-me a sofrer uma chuva de críticas, mas não posso deixar de chamar a atenção para o facto de Putin justificar, não condenar uma operação militar realizada por Estaline, muito semelhante às que Hitler fez a relação a outros países europeus.

Imaginem que barulho provocaria na Europa uma declaração da chanceler alemã Ângela Merkel se viesse justificar as ações de Hitler com argumentos da propaganda nazi, por exemplo, que os “alemães precisavam de espaço vital”.

Num momento em que os finlandeses decidem se o seu país vai ou não aderir à NATO, Putin deu uma excelente prenda, um argumento irrefutável, aos que apoiam a adesão. Amanhã, algum dirigente russo pode considerar que a fronteira da Finlândia está perto da cidade de Vyborg ou até mesmo de São Petersburgo.

A União Europeia, mesmo estando mergulhada numa crise, deve estar atenta a este tipo de declarações.

O desenvolvimento dos caças Gripen pela Suécia se deve exatamente ao risco que o país considerava existir em relação a uma possível invasão soviética.

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