Consumir uma bebida em embalagem durável - caso do vidro - não gera resíduos sólidos nem usa combustíveis fósseis como matéria-prima, afirma Gil Anderio, 67, professor do departamento de engenharia química da Poli-USP. Mas a resposta a essa pergunta não é tão simples quanto parece. É preciso fazer uma avaliação do ciclo de vida dos materiais. "É a única ferramenta que permite saber realmente o que causa menos impacto", diz. Essa avaliação analisa o "custo" ambiental, da produção ao descarte do material, e torna possível fazer comparações. A reportagem é de Cyrus Afshar e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 01-03-2008.
Na ausência de uma avaliação do ciclo de vida nesse caso, Hélio Mattar, 61, presidente do Instituto Akatu, diz que o melhor é optar pelo vidro. "Para se alcançar o desenvolvimento sustentável, temos que mudar da sociedade do descartável para a sociedade do durável", afirma. Ele lembra que os produtos descartáveis também precisam de água na sua produção. Além disso, têm custos ambientais extras, como de transporte, mesmo se forem reciclados. Segundo Mattar, em uma empresa são usados em média dez copos descartáveis por dia por pessoa.
Efraim Rodrigues, 42, professor de recursos naturais da UEL (Universidade Estadual de Londrina), concorda com Mattar. "Usar um copo de plástico é o cúmulo do desperdício. É uma embalagem fóssil, consumida em apenas alguns segundos", afirma. Para ele, deixar de usar o copo descartável é também uma questão simbólica.
Rodrigues admite, porém, que a embalagem descartável leva vantagem no quesito higiene. Ainda assim, ele defende que se busquem outras alternativas em grandes empresas, como o copo individual. Já sobre o uso de água e detergente para o copo reutilizável, o professor diz que "não se pode justificar o uso do copo de plástico pela falta de tratamento de água. O problema vai continuar, e ainda vai se criar outro", diz.
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