"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, março 06, 2008

Instituto Humanitas Unisinos - 02/03/08

Três trilhões de dólares é o custo da guerra no Iraque, afirma Joseph Stiglitz


Quanto custa a guerra no Iraque? Caro, muito caro. E não apenas para a economia americana. É o que afirmam Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, e Linda Bilmes, professora em Harvard em livro lançado nos EUA. Segundo os autores, os custos da guerra já ultrapassam os 3 trilhões de dólares. Os autores atacam ainda o mito de que a guerra é boa para a economia americana. A reportagem é do Le Monde, 28-02-2008. A tradução é do Cepat.

Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, e Linda Bilmes, professora em Harvard, especialista em questões orçamentais, estimam que a guerra já custou 3 trilhões de dólares aos Estados Unidos em um livro intitulado The Three Trillion Dollar War : The True Cost of the Iraq Conflict (Os rês trilhões de dólares da guerra: o verdadeiro custo do conflito no Iraque). Uma comissão do Congresso ouvirá Joseph Stiglitz e se espera que ele repita o que escreveu no livro: Bush tem mentido sobre os custos da guerra no Iraque.

O custo das operações já ultrapassou o de doze anos de Guerra do Vietnã, e é o dobro do custo da guerra da Coréia. Os Estados Unidos gastam com a guerra US$ 16 bilhões por mês, o que equivale ao orçamento anual das Nações Unidas. Joseph Stiglitz e Linda Bilmes afirmam que os 3 trilhões de dólares poderiam financiar a construção de 8 milhões de casa, 15 milhões de professores, atendimento a 530 milhões de crianças, bolsas para 43 milhões de estudantes, oferecer uma cobertura social por cinqüenta para os norte-americanos. O Prêmio Nobel observa que os Estados Unidos desembolsa apenas US$ 5 milhões para assistência da Aid’s na África.

Os autores abordam o mito de que a guerra é sempre boa para a economia. Um dos objetivos da guerra seria o de garantir os suprimentos de petróleo. Em cinco anos, o barril passou de US$ 25 para US$ 100, destaca o Prêmio Nobel da Economia. "As pessoas não esperavam que a economia substituísse a guerra como tema nas eleições", diz Joseph Stiglitz no Guardian. Uma das lições do livro é mostrar que a guerra e a situação econômica dos Estados Unidos não são duas questões distintas, mas estão juntas.

Ainda mais. Os custos da ultrapassam a economia americana a atingem o sistema global. Como os Estados Unidos não tem poupança, a administração Bush teve que contrair empréstimos no exterior, como da China, por exemplo, observaram os autores. "O déficit na América é tal que ela não pode salvar os seus próprios bancos". Instituições como o Citigroup e Merrill Lynch, que eram o orgulho de Wall Street foram forçadas a mendigar fundos dos asiáticos e do meio-oriente para não afundar, correndo o risco de perder a sua independência.

Nenhum comentário: