Resistir Info - 07 fev 10
Muitas pessoas estão inquietas quanto ao rápido crescimento actual da dívida nacional dos EUA e estão a pedir uma solução. O que elas não percebem é que simplesmente não há solução sob o actual sistema financeiros estado-unidense. Agora já é matematicamente impossível para o governo dos EUA liquidar a sua dívida nacional. A verdade é que o governo dos EUA agora deve mais dólares do que os realmente existentes. Se o governo actuasse hoje e tomasse todos os centavos de todos os bancos, negócios e contribuintes americanos, ainda assim não seria capaz de liquidar a dívida nacional. E se assim fizesse, obviamente a sociedade americana cessaria de funcionar porque ninguém teria mais dinheiro para comprar ou vendar fosse o que fosse.
E o governo dos EUA ainda estaria com uma dívida maciça.
Então porque o governo estado-unidense simplesmente não acciona as impressoras e imprime um bocado de dinheiro para liquidar a dívida?
Bem, por uma razão muito simples.
Porque não é assim que o nosso sistema funciona.
Como se verifica, quanto mais dólares entrarem no sistema, mais aumenta a dívida do governo dos EUA.
O governo dos EUA não emite a divisa dos EUA – quem o faz é o Federal Reserve.
O Federal Reserve é um banco privado possuído e operado com o objectivo do lucro por um grupo muito poderoso da elite dos banqueiros internacionais.
Se tirar uma nota de dólar da carteira e der uma olhadela notará que no topo ela diz "Federal Reserve Note".
Ela pertence ao Federal Reserve.
O governo dos EUA não pode simplesmente criar novo dinheiro sempre que quiser sob o nosso sistema actual.
Ao invés disso, ele deve obtê-lo do Federal Reserve.
Assim, quando o governo dos EUA precisa tomar mais dinheiro emprestado (o que acontece um bocado nestes dias) ele vai ao Federal Reserve e pede-lhe mais alguns pedaços de papel verdade chamado Federal Reserve Notes.
O Federal Reserve permuta estes pedaços de papel verdade por pedaços de papel rosa chamados Títulos do Tesouro dos EUA. O Federal Reserve então vende estes Títulos do Tesouro ou mantém os títulos consigo (o que acontece muito actualmente).
É este o modo como o governo dos EUA obtém mais pedaços de papel verde chamados "U.S. dollars" a fim de colocá-los em circulação. Mas aos fazer isso, ele incide em ainda mais dívida pela qual terá de pagar ainda mais juros.
De modo que todas as vezes em que o governo estado-unidense fez isso, a dívida nacional tornou-se ainda maior e passou a dever ainda mais juros sobre aquela dívida.
Começa a perceber o quadro?
Enquanto está a ler isto, a dívida nacional dos EUA é de aproximadamente US$12 milhões de milhões (trillion), embora cresça tão rapidamente que é realmente difícil estabelecer um número exacto.
Então quanto dinheiro realmente existe nos Estados Unidos de hoje?
Bem, há vários meios de medir isto.
A oferta monetária "M0" é o total de notas físicas, mas o dinheiro nos cofres dos bancos e todos os depósitos que aqueles bancos têm em bancos de reserva. Em meados de 2009, o Federal Reserve disse que esta quantia era cerca de US$908 mil milhões.
A oferta monetária "M1" inclui toda a oferta monetária "M0" bem como todo o dinheiro possuído em contas à ordem nos bancos, além de todo o dinheiro contido em travelers' checks. Segundo o Federal Reserve, isto totalizava aproximadamente US$1,7 milhão de milhões em Dezembro de 2009, mas nem todo este dinheiro realmente "existe" como veremos em momentos.
A oferta monetária "M2" inclui toda a oferta monetária "M1" mais a maior parte de outras contas de poupança, contas do mercado monetário, mercado monetário a retalho dos fundos mútuos e depósitos a prazo de pequenos valores (certificados de depósitos inferiores a US$100 mil). Segundo o Federal Reserve, isto totalizava aproximadamente US$8,5 milhões de milhões em Dezembro de 2009, mas, mais uma vez, nem todo este dinheiro realmente "existe" como veremos dentro de momentos.
A oferta monetária "M3" inclui toda a oferta monetária "M2" mais todos os outros Certificados de Depósito (depósitos a longo prazo e saldos dos fundos mútuos do mercado monetário institucional), depósitos de eurodólares e acordos de recompra. O Federal Reserve já não mantém registo do M3, mas segundo o ShadowStats.com ele está actualmente em torno dos US$14 milhões de milhões. Mas, mais uma vez, nem todos este "dinheiro" realmente "existe".
Então por que é que ele não existe?
É porque o nosso sistema financeiro está baseado em algo chamado reserva fraccionária da banca.
Quando você entra no seu banco local e deposita US$100, eles não mantêm os seus US$100 no banco. Ao invés disso, eles mantém apenas uma pequena fracção do seu dinheiro ali no banco e emprestam o restante a alguém. Assim, se aquela pessoa deposita o dinheiro que acabou de ser tomado emprestado no mesmo banco, esse banco pode emprestar a maior parte desse dinheiro outra vez. Mas realidade, apenas US$100 realmente existem. O sistema funciona porque não corremos todos ao banco e exigimos todo o nosso dinheiro ao mesmo tempo.
Segundo o New York Federal Reserve Bank, a reserva bancária fraccionária pode ser explicada deste modo...
"Se a exigência de reserva for de 10%, por exemplo, um banco que recebe um depósito de US$100 pode emprestar US$90 daquele depósito. Se o tomador do empréstimo então preencher um cheque para alguém que deposita os US$90, o banco que recebe aquele depósito pode emprestar US$81. À medida que o processo continua, o sistema bancário pode expandir o depósito inicial de US$100 para um máximo de US$1000 de dinheiro
(100+90+81+72,90+... = 1000)".
Grande parte do "dinheiro" não padrão hoje é basicamente feito a partir do ar.
De facto, a maior parte dos bancos não tem de todo exigências de reservas sobre depósitos de poupanças, Certificados de Depósito e certas espécies de contas do mercado monetário. Basicamente, as exigências de reservas aplicam-se só a "transacções de depósitos" – essencialmente contas à ordem.
A verdade é que os bancos hoje são mais livres do que nunca para "multiplicar" dramaticamente as quantias neles depositadas. Mas todo este dinheiro "multiplicado" está apenas no papel – ele realmente não existe.
A questão é que as medidas mais vastas da oferta monetária (M2 e M3) exageram amplamente quanto "dinheiro real" realmente existe no sistema.
Assim, se o governo dos EUA exigisse hoje todo dólar dos bancos, negócios e indivíduos nos Estados Unidos ele não conseguiria arrecadar US$14 milhões de milhões (M3) ou mesmo US$8,5 milhões de milhões (M2) porque estas quantias são baseadas na reserva fraccionária da banca.
De modo que o resultado é isto...
1) Se todo o dinheiro possuído por todos os bancos, negócios e indivíduos dos Estados Unidos fosse reunido hoje e enviado ao governo dos EUA, não haveria suficiente para liquidar a dívida nacional estado-unidense.
2) O único meio de criar mais moeda é incidir em ainda mais dívida, o que torna o problema ainda pior.
Como se vê, isto é o que todo o Sistema Federal de Reserva foi concebido para fazer. Foi concebido para vagarosamente drenar a riqueza maciça do povo americano e transferi-la para a elite dos banqueiros internacionais.
Trata-se de um jogo concebido de modo a que o governo dos EUA não possa vencer. Tão logo eles criem mais moeda pela assunção de empréstimos, o governo dos EUA deve mais do que foi criado por causa dos juros.
Se você deve mais dinheiro do que alguma vez foi criado você não pode reembolsá-lo.
Isto significa dívida perpétua enquanto o sistema existir.
É um sistema concebido para forçar o governo estado-unidense a montantes de dívida sempre crescentes porque não há escapatória.
Naturalmente, se houvéssemos escutado o nosso muito sábio pai fundador, Thomas Jefferson, poderíamos ter evitado esta confusão colossal...
"Se o povo americano alguma vez permitir aos bancos privados que controlem a emissão do seu dinheiro, primeiro pela inflação e depois pela deflação, os bancos e corporações que crescerão em tornos deles (em torno dos bancos) privarão o povo da sua propriedade até que os seus filhos acordem sem lar no continente que os seus pais conquistaram".
Mas nós não os ouvimos, não é?
Nós podíamos resolver este problema encerrando o Federal Reserve e devolvendo o poder de emitir a divisa estado-unidense ao Congresso dos EUA (o que é aquilo que a Constituição dos EUA estabelece). Mas os políticos em Washington D.C. não estão prontos para fazer isso.
Assim, a menos que esteja desejoso de mudar fundamentalmente o sistema actual, você pode bem deixar de se queixar acerca da dívida nacional dos EUA porque agora é matematicamente impossível liquidá-la.
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