As duas últimas semanas foram recheadas de escândalos e anúncios de novas políticas econômicas setoriais.
No rol dos escândalos temos o fenômeno Cachoeira, que está se transformando em algo muito maior do que se previra no inicio.
Minha grande preocupação com o fato é as tentativas de salvamento da turma do mensalão. Até o José Dirceu já está sendo visto como vítima. Vítima de quê? De um flagra?
Se a turma do Cacheira é responsável ou não pelo vazamento das imagens e outras várias denuncias não importa. Não foi o que Cachoeira que pôs o José Dirceu no quarto, e tampouco foi ele que marcou os encontros que vazaram.
Corre-se o perigo de como diz Nando Reis em uma de suas músicas se considerar que “nessa estória de amor os diabos são anjos”.
No quesito das politicas econômicas o Governo resolveu dar um auxílio ao setor industrial. Baixou um pacote de desoneração que a principio vai estimular o setor.
Bom, mas como sempre há os descontentes de plantão. A turma da ABIMAQ não crê que o pacote beneficie o setor. Bom, se pensarmos que os EUA estão em crise, o Japão também, a Europa idem, a China com redução do seu crescimento, porquê um pacote que estimule o incremento da produção interna e estimule a compra INTERNA de maquinário pelo setor doméstico ao invés da exportação não pode ser benéfica? A industria não vai ter lucro? Só serve se for em dólar?
Pois é, então má notícia para a turma, pois os dólares não viram mesmo que se faça um pacote mágico. Não há mercado lá fora, será que esse pessoal não enxerga isso. Estamos em meio a uma guerra cambial e ainda se pensa que estimular a exportação vai resolver o caso. O que precisamos é de mais estimulo ao desenvolvimento social e transformação do povo brasileiro em consumidores de melhor renda. É claro que tudo isso tem limites. Como disse Kenneth Boulding que foi conselheiro ambiental de John Kennedy a 45 anos: "Qualquer um que acredite em crescimento indefinido em qualquer coisa material, em um planeta finito, ou é um louco – ou é um economista”. Então temos que ter cuidado com o modelo de crescimento e consumo a ser adotado, há a necessidade de ser algo racional, que se produza bens com menor índice de obsolescência.
Uma bela ação do Governo foi em relação às taxas de spread. O Brasil é realmente um país fantástico para se ganhar dinheiro. A crise estourando nos paises centrais e a industria automobilística internacional só tendo lucro aqui, bancos quebrando ou reduzindo sua atuação e aqui recordes de lucro. Bom, acho que tá na hora de se olhar com mais atenção porquê isso ocorre e o povo continua ganhando salário mínimo.
Apenas para se pensar no assunto. A diferença no preço dos veículos produzidos internamente em relação aos EUA ou Japão por exemplo é absurda. E a velha desculpa das taxas de impostos do Governo não cola, uma vez que tais taxas de longe cobrem essas diferenças. Por exemplo a Captiva nos EUA modelo 2012 sai por aproximadamente U$ 35.260 (com o dólar hoje cotado a R$ 1,83, sairia por R$ 64.525), no Brasil o modelo 2012 está R$ 94.038. Então se levarmos em consideração os impostos tendo por base o mais elevado 25% daria R$ 16.131, somados ao valor de R$ 64.525 daria R$ 80.656. O valor que nos é cobrado é quase de 20% acima do custo já com o imposto máximo. Creio que é meio abusivo, e isso provavelmente se repete nos veículos de IPI mais baixo.
Então quando o Governo Lula realizou a queda do IPI para estimular o mercado, de quanto foi essa queda para o consumidor. Foi a mesma do Governo? Se não foi deveria ter sido, pois como vimos a margem de lucro já com os custos do famigerado IPI são elevadas.
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