"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sábado, junho 16, 2012

Breve Comentário

Marcos Coimbra na sua coluna Vox Populi da Carta da semana passada fez uma análise a respeito da popularidade de Dilma no mínimo superficial.
Ao considerar que a popularidade de Dilma não é embasada fortemente no fato dos pobres estarem com a barriga cheia, ele foi muito inocente.
Se pensarmos em fatos recentes: a lua de mel entre FHC e o povo ocorreu quando ele forneceu um dos primeiros aumentos reais do salário mínimo sob a égide do real valorizado. Isso fez com que os mais carentes, a partir de então, com maior poder aquisitivo pudessem inserir no cardápio coisas que antes lhes era proibitivo.
A eleição de Lula marca fortemente o fim do casamento, quando a população sentiu-se traída pelas sucessivas crises do governo tucano. Ou realmente se acha que o povo estava pensando que o programa de governo do PT era melhor do que o do PSDB? Menos, bem menos.
Lula representou de fato uma mudança do que estava acontecendo, ou seja, a redução do poder de compra, o desemprego, e sim, menos comida na barriga.
O povo tem que pensar assim, não tem nada de errado. Quem tem que pensar em programa de governo, em ler críticas bem construídas em revistas como a Carta, é a elite. Elite composta pelos universitários (grande maioria da classe média), elite que tem bom emprego, carro e moradia própria. Elite que discute se o melhor governo é o de esquerda ou de direita, cada elite claro, defendendo o seu lado.
O povo tem que se preocupar em se alimentar diariamente, pois se ele não fizer isso de forma prática, ninguém fará por ele.
O grande sucesso de Lula e manutenção de Dilma decorre em muito dos projetos como o Bolsa Famíla, o Minha Casa-Minha Vida, entre outros, que permitiram uma migração de grande parte da população brasileira da classe D para a C. 
Esses brasileiros que tem que fazer malabarismos com orçamentos minguados do salário mínimo, deveriam ser mais respeitados pelo seu direito de escolher e manter no poder, políticos que lhes concederam melhorias de vida, e não quererem lhes imputar noções como inflação, emprego e consumo. Será que se realmente tais fatores fossem postos à frente da sua condição alimentar em  uma consulta, eles fariam essa opção? Acho muito difícil.

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