Clique aqui para ler a matéria de Veja sobre o suposto grampo que ela noticiou.
A matéria tem afirmações e informações. A matéria anterior – em que acusou a ABIN de grampear Gilmar Mendes – só tinha afirmações. Nenhuma informação que comprovasse a acusação.
Vamos agora à matéria desta semana, onde Veja, depois de matar a cobra, vai mostrar o pau.
As afirmações
- A decisão do governo de conter a ousadia dos espiões oficiais na Abin e na PF encheu os ouvidos do presidente Lula de desculpas esfarrapadas
- Lula afastou Paulo Lacerda da direção da Abin depois da revelação de que agentes do órgão grampearam o presidente do Supremo Tribunal Federal
- A revelação de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) espionou autoridades do governo, senadores da República e ministros do Supremo Tribunal Federal provocou uma vigorosa reação institucional contra o aparato estatal que vem violando de maneira acintosa a privacidade dos cidadãos.
- Na semana passada, uma reportagem de VEJA mostrou que o descontrole chegou ao extremo de agentes a serviço da Abin terem interceptado ilegalmente uma conversa telefônica entre o ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, a mais alta corte de Justiça do país, e o senador Demóstenes Torres, um dos líderes oposicionistas no Congresso. O episódio só não se transformou numa grave crise graças à ação rápida e convincente das autoridades.
- (...) Por último, sob o comando de Lacerda, um delegado de polícia, servidores da agência foram pilhados ouvindo telefones de ministros de estado, ministros do Supremo, senadores, do presidente do Congresso e até de auxiliares próximos do presidente Lula.
Cadê as provas? Como pode uma central de arapongagem, da dimensão anunciada pela revista, não ter deixado um rastro, uma prova?
- Dono de uma teoria muito pessoal sobre o caso, ele propaga que as gravações ilegais foram feitas por pessoas ligadas ao ex-banqueiro Daniel Dantas.
- "Teoria muito pessoal" é bom. Só o Lacerda e a torcida do Flamengo e do Corinthians estão encampando essa teoria.
As informações
(...) Lula conversou longamente com Jobim. Ex-presidente do STF e ex-deputado, o ministro advertiu o presidente do risco de uma crise institucional. Se Lula não tomasse uma atitude rapidamente, alertou Jobim, compraria uma briga com o Judiciário e com o Legislativo que teria resultados imprevisíveis. (...) A decisão de afastar todo o comando da Abin, porém, só foi anunciada depois que Jobim mostrou ao presidente documentos que provariam que a agência possuía aparelhos capazes de fazer escutas telefônicas e ambientais – informação que havia sido negada pelo general Jorge Felix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
E só, além de requentar o cozidão da desembargadora de São Paulo - que depois voltou atrás em sua informação de que De Danctist teria admitido o grampo. Como Veja requentou o cozidão? Simplesmente dizendo que a desembargadora voltou a falar a mesma coisa na semana passada.
Por Paulo Kautscher
O SR. DEPUTADO NELSON PELLEGRINO - Dr. Lacerda, no curso da Operação Satiagraha e posterior a ela, alguns órgãos de imprensa do nosso País teriam divulgado uma suspeita de que agentes da Agência Brasileira de Inteligência teriam feito ilações de que agentes da ABIN teriam realizado escutas ambientais no gabinete ao lado do gabinete de assessores do Ministro Gilmar Mendes. O que V.Exa. tem a dizer sobre isso?
O SR. PAULO FERNANDO DA COSTA LACERDA - Bom V.Exa. não estava aqui mas, na minha fala, usando do espaço democrático desta CPI, eu desafiei, como eu desfio esses repórteres que fizeram essa matéria que apresentem à CPI. Já que eles não apresentam à ABIN, eles não acreditam que a ABIN tem uma Corregedoria que tenha pessoas sérias lá, ou então o próprio Gabinete de Segurança Institucional, eles não acreditam. Então, tragam a esta CPI algum elemento. Venham aqui, sentem aqui. Tragam esses elementos aqui que apontem: “Olha, aconteceu isso, por causa disso. A testemunha é fulano”. Ou se quiserem preservar as fontes. Mas sejam dignos, venham aqui e apresentem elementos concretos
Não fiquem em ilações. Então, eu repudio inteiramente estas afirmativas, em primeiro lugar, de que tenha havido.
Eu acredito que não, porque se houvesse é natural que o próprio Supremo Tribunal Federal já teria adotado medidas rigorosas de investigação, requisitar investigações à Polícia Federal. A Polícia Federal tem gente séria e que iria lá, iria esclarecer prontamente essas questões. Agora, fica apenas reiterando. Nessa semana, reitera de novo. Então, venha aqui e traga:“Olha, aconteceu assim.” Dados concretos. Sejamos sérios, não sejamos levianos.Tem algumas matérias que, lamentavelmente, beiram o ridículo. São ilações. Então,objetivamente, não aconteceram monitoramentos telefônicos da ABIN de maneira nenhuma, notadamente em tribunais, no Palácio.
Não existe a menor possibilidade de isso ter acontecido.
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