darussia.blogspot.com - Segunda-feira, Março 29, 2010
Poucas horas após os tentados terroristas de hoje, o Presidente russo, Dmitri Medvedev, declarou que "a política do Estado com vista ao esmagamento do terror no país e a luta contra o extremismo irá continuar sem vacilações e até ao fim".
No entanto, essa política voltou a falhar de forma flagrante.
Todos os indícios apontam para o facto de os atentados terroristas terem sido previamente bem planeados e com um objetivo claramente definido: desacreditar o Serviço Federal de Segurança (FSB) e o Ministério do Interior da Rússia.
A primeira explosão aconteceu na estação de metropolitano de Lubianka, que outrora tinha o nome de Dzerinskaia, em honra do fundador da polícia política soviética, e está situada por debaixo da sede do Serviço Federal de Segurança. Além disso, a bomba transportada pela suicida explodiu dentro do comboio "Flecha Vermelha", um dos poucos comboios que possui nome próprio na linha de Moscovo.
A segunda explosão aconteceu na estação de Park Kulturi, mas algumas informações indicam que a bomba deveria ter rebentado na estação seguinte, Oktiabrskaia, onde se situa o Ministério do Interior da Rússia. O erro teria ocorrido por a suicida não conhecer bem o metropolitano de Moscovo.
Nos últimos tempos, a polícia russa tem sido alvo de duras críticas por dirigir a sua ação para o combate às manifestações da oposição, bem como por frequentes arbítrios em relação aos cidadãos. Quanto aos serviços secretos russos, são acusados de se preocuparam mais com os seus negócios do que com a segurança das pessoas. Numerosos agentes do FSB dirigem empresas públicas ligadas à exploração e venda do petróleo e gás.
Dmitri Medvedev, respondendo às críticas dos cidadãos, demitiu, há algumas semanas, numerosos generais da polícia e prometeu continuar a "limpeza", mas não mexeu na direção dos serviços secretos, estreitamente ligados ao primeiro ministro Vladimir Putin.
Também já ninguém duvida que estes atentados terroristas, tal como tem acontecido antes, são obra da guerrilha islamita separatista que atua no Cáucaso do Norte: Tchetchénia, Inguchétia e Daguestão.
A guerrilha ainda não reivindicou o atentado, mas, na notícia dos atentados publicada no seu sítio eletrónico kavkazcenter, chama às suicidas "mártires".
Nos últimos tempos, as forças policiais e militares russas têm lançado frequentes operações de combate à guerrilha no Cáucaso do Norte, mas, aparentemente, desprezaram a retaguarda e a capacidade dos separatistas de atuarem em outras regiões da Rússia. Em novembro passado, uma bomba fez descarrilar o comboio rápido que liga Moscovo a São Petersburgo, provocando dezenas de mortos e feridos.
O Presidente russo já chegou à conclusão de que o problema do terrorismo no Cáucaso do Norte não pode ser resolvido apenas por meios militares e tomou uma série de medidas com vista a resolver problemas como o desemprego e a corrupção na região, mas elas ainda não passaram à fase da concretização real.
Medvedev criou mesmo o Círculo Federal do Cáucaso do Norte para concentrar forças e meios nesse sentido, mas os resultados só virão a longo prazo.
P.S. O terrorismo é sempre um ato execrável, sem qualquer justificação e as vítimas inocentes merecem todo o respeito.
Para mim, esse P.S do José Milhazes diz tudo. É válido para todos, sem exceção.
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