"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, março 31, 2010

Serviços secretos receberam informação, mas não souberam impedir atos terroristas

darussia.blogspot.com - Terça-feira, Março 30, 2010



O diário Kommersant noticia hoje que, “segundo dados não confirmados, as forças de segurança podiam dispor informação sobre o possível ataque no metropolitano”, sublinhando que “ontem de manhã cedo, numerosas mulheres com aspeto de caucasianas foram detidas sob o pretexto de controlo de documentos, revistadas e conduzidas a esquadras”.
Este jornal falou com uma dessas mulheres que afirmou que soube dos atos terroristas quando o chefe da esquadra para onde tinha sido conduzida entrou a gritar: “Como puderam permitir isso, tinham informações!”.
Quanto à autoria dos atentados, que provocaram pelo menos 38 mortos, a maioria dos órgãos de informação inclina-se para a “pista caucasiana”, mas apela às autoridades a impedir uma campanha contra os habitantes do Cáucaso do Norte.
“É preciso mostrar a todos que os terroristas não são só caucasianos, mas pessoas concretas que não querem a paz. Deve-se organizar muito inteligentemente a propaganda. Uma resposta militar dura não será construtiva”, defende o jornal Nezavissimaia Gazeta.
O Kommersant cita as palavras de altos funcionários russos que consideram que os atos terroristas foram “um desafio aos “tchekistas”, como são conhecidos os agentes dos serviços secretos russos, e ao Partido Rússia Unida, do primeiro-ministro Vlsdimir Putin.
“Lubianka! Isso é um desafio aos tchekistas! Ainda temos de ver quantos morreram lá”, afirmou Anatoli Kvachnin, representante do Presidente Russo na Sibéria, citado pelo Kommersant.
O Nezavissimaia Gazeta recorda, a propósito, que Vladimir Putin teve de suspender a realização de um mini-congresso da Rússia Unida na Sibéria “que se deveria tornar o símbolo da campanha eleitoral de 2011”.
Porém, algumas forças políticas não excluem a possiblidade de os atentados terem sido obra dos próprios serviços secretos russos.
“O objetivo é mostrar a instabilidade do sistema e provocar medo para, desse modo, legitimar a exigência da criação de um “estado forte”, escreve o jornal Moskovski Komsomolets, citando uma fonte no Partido Comunista da Rússia.
Este matutino considera que “infelizmente, os comunistas exprimiram a opinião de muitos e muitos russos simples, que já não acreditam nas permanentes justificações com guerrilheiros impossíveis de apanhar”.
A imprensa russa chama a atenção para o fato de as televisões públicas terem noticiado os atentados com atraso.
“O trabalho das televisões na Rússia é asqueroso. Não há qualquer informação. As pessoas, sem saberem de nada, dirigem-se para o metro e vêem um pesadelo”, declara a analista política Marina Litvinovitch, citada pelo diário Novie Izvestia.

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