O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que o pré-candidato do PSDB à presidência, José Serra, pediu sua ajuda quando ainda estava à frente do governo de São Paulo para debelar uma manifestação de professores grevistas, mas descumpriu o acordo. Serra teria se comprometido a receber pessoalmente os professores, mas mandou o secretário da Educação, Paulo Renato, como representante.
O pedido de ajuda teria ocorrido durante uma cerimônia de entrega de ambulâncias da qual ambos participaram em Tatuí, interior paulista, no dia 25 de março.
“Lá em Tatuí fomos procurados pelo seu adversário que dizia para nós tentarmos ajudar na greve dos professores que iriam ao Palácio dos Bandeirantes em determinado dia. Eu vim para cá e o nosso querido companheiro Edinho (Silva, presidente do PT-SP) ligou para o governador Serra. Eu assumi o compromisso de conversar com a Apeoesp (sindicato que representa os profesores estaduais)”, disse Lula à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff.
O presidente relatou ter conversado no mesnmo dia durante o 2º Congresso da Mulher Metalúrgica, também no sindicato do ABC, com a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bel, e intermediado uma reunião entre os grevistas e o governador.
“A Bel, presidente da Apeoesp, estava aqui neste sindicato. Nós conversamos com a Bel, o Edinho ligou para o Zé Serra e eu havia dito para o Serra diretamente na conversa: “Serra, converse você diretamente com o sindicato. Não deixe o seu secretário da Educação conversar porque ele não conversava quando era ministro. Converse você, eles não querem muito e estão dispostos a fazer um acordo. Converse”.
Segundo Lula, Serra teria prometido ao presidente do PT paulista receber pessoalmente os professores. O iG apurou que o governador sugeriu a possibilidade de enviar o secretário da Casa Civil, Aloyzio Nunes Ferreira, já que a Apeoesp não aceitava negociar com Paulo Renato.
“Cheguei aqui e o Edinho me comunicou: “presidente eu conversei com o Serra e ele vai conversar com os professores’”, disse Lula.
De acordo com Lula, Serra não teria cumprido o acordo. “Conclusão: eu fui embora tranquilo. Conversamos com a Bel tranquilo de que o governador iria chamar os professores para conversar. Qual não foi minha surpresa quando no dia seguinte ele viajou, não conversou, e mandou um secretário seu conversar com os professores”, disse o presidente.
A assessoria de Serra, que poucas horas antes teve o nome lançado pelo PSDB em Brasília, foi procurada, mas não se manifestou.
A repressão policial às manifestações dos professores grevistas foi explorada em vários discursos durante o encontro de Dilma com representantes da seis centrais sindicais, neste sábado. “Posso afirmar porque estive do lado de lá na eleição passada. O Serra não gosta de trabalhador”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical e do PDT-SP.
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