"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

terça-feira, junho 25, 2013

O que esperar dos serviços secretos?

darussia.blogspot - Segunda-feira, Junho 24, 2013

 
 
A novela em torno da fuga de Eduard Snowden, ex-consultor da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, vem colocar numerosas questões no que respeita aos sistemas de segurança dos países e ao seu funcionamento.
Se, antes do aparecimento dos computadores e da Internet, um agente secreto podia desviar dezenas ou até algumas centenas de documentos, hoje, ele pode dar a conhecer ao mundo muitos milhares.
Por um lado, isso poderá obrigar os próprios serviços secretos a atuarem com mais cuidado e respeito, em maior conformidade com os direitos dos cidadãos. Através de Snowden, soubemos, por exemplo, que as autoridades norte-americanas têm acesso aos dados pessoais de milhões de pessoas que utilizam as redes sociais ou outros serviços na Internet, o que não é nada agradável.
Soubemos também, que os serviços secretos norte-americanos escutaram as conversas dos dirigentes mundiais durante uma das cimeiras dos G-8, o que também nada tem de agradável.
Porém, mesmo sem estas revelações, a maioria das pessoas com o mínimo de inteligência desconfiava, tinha quase a certeza de que os serviços secretos faziam essas e outras atividades ilegais.  A história desse tipo de instituições mostra que ela, muitas vezes, atua à margem da lei, mesmo nas sociedades mais democráticas, com um forte controlo dos serviços secretos por parte dos governos.
Às vezes, são apanhadas “com as mãos na massa” e muitos cidadãos ficam indignados com algumas dessas ações. O caso de Eduard Snowden é um exemplo claro disso.
Todavia, sem querer justificar alguns dos métodos utilizados pelos serviços secretos para resolver certos problemas, gostaria de chamar a atenção para o facto de todos nós, incluindo os que criticam os serviços secretos, exigirmos que eles nos garantem a segurança, pois para isso foram criados.
Ora, numa época em que o terrorismo e o crime organizado assumiram proporções nunca vistas, talvez seja demasiado pedir aos agentes para atuarem sempre de forma mais limpa, pois trata-se de um combate, à priori, sujo e sem regras definidas.
Se observam estritamente a lei e, depois, os atentados terroristas acontecem, os serviços secretos são acusados de negligência. Mas, quando são apanhados em situações menos legais, também ninguém lhes perdoa.
Tarefa ingrata, pois “levam por ter cão e levam por não o ter”. O ideal seria puderem atuar no mais restrito respeito da lei, mas será isso possível?


P.S. Este texto é discutível apenas entre aqueles que não acreditam que os serviços secretos são os próprios organizadores de todos os males do mundo. 

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