darussia.blogspot - Segunda-feira, Junho 24, 2013
A novela em torno da fuga de Eduard Snowden,
ex-consultor da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, vem colocar
numerosas questões no que respeita aos sistemas de segurança dos países e ao
seu funcionamento.
Se, antes do aparecimento dos computadores e da
Internet, um agente secreto podia desviar dezenas ou até algumas centenas de
documentos, hoje, ele pode dar a conhecer ao mundo muitos milhares.
Por um lado, isso poderá obrigar os próprios
serviços secretos a atuarem com mais cuidado e respeito, em maior conformidade
com os direitos dos cidadãos. Através de Snowden, soubemos, por exemplo, que as
autoridades norte-americanas têm acesso aos dados pessoais de milhões de
pessoas que utilizam as redes sociais ou outros serviços na Internet, o que não
é nada agradável.
Soubemos também, que os serviços secretos
norte-americanos escutaram as conversas dos dirigentes mundiais durante uma das
cimeiras dos G-8, o que também nada tem de agradável.
Porém, mesmo sem estas revelações, a maioria das
pessoas com o mínimo de inteligência desconfiava, tinha quase a certeza de que
os serviços secretos faziam essas e outras atividades ilegais. A história desse tipo de instituições mostra
que ela, muitas vezes, atua à margem da lei, mesmo nas sociedades mais democráticas,
com um forte controlo dos serviços secretos por parte dos governos.
Às vezes, são apanhadas “com as mãos na massa” e
muitos cidadãos ficam indignados com algumas dessas ações. O caso de Eduard
Snowden é um exemplo claro disso.
Todavia, sem querer justificar alguns dos métodos
utilizados pelos serviços secretos para resolver certos problemas, gostaria de
chamar a atenção para o facto de todos nós, incluindo os que criticam os
serviços secretos, exigirmos que eles nos garantem a segurança, pois para isso
foram criados.
Ora, numa época em que o terrorismo e o crime
organizado assumiram proporções nunca vistas, talvez seja demasiado pedir aos
agentes para atuarem sempre de forma mais limpa, pois trata-se de um combate, à priori, sujo e sem regras definidas.
Se observam estritamente a lei e, depois, os
atentados terroristas acontecem, os serviços secretos são acusados de
negligência. Mas, quando são apanhados em situações menos legais, também
ninguém lhes perdoa.
Tarefa ingrata, pois “levam por ter cão e levam por
não o ter”. O ideal seria puderem atuar no mais restrito respeito da lei, mas
será isso possível?
P.S. Este texto é discutível apenas entre aqueles
que não acreditam que os serviços secretos são os próprios organizadores de
todos os males do mundo.
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