darussia.blogspot – 15 março 2014
PUBLICADA POR JOSÉ MILHAZES
Confrontos entre manifestantes pró-Rússia e pró-UE na cidade de Kharkov, no Leste da Ucrânia, provocaram dois mortos e vários feridos encontram-se em estado grave.
Moscovo apressou-se a acusar as forças da extrema-direita ucraniana dos desacatos e reafirmou que reserva para si o direito de intervir em defesa dos “russófonos” e seus cidadãos. Para que estas palavras sejam levadas a sério, o Kremlin continua a concentrar fortes contingentes militares nas fronteiras com o Leste e o Sul da Ucrânia.
Tendo em conta o desenrolar dos acontecimentos, podem-se prever dois cenários: Putin apodera-se da Crimeia, desmonta todas as estruturas militares e civis ucranianas existentes naquela península e começa conversações com a UE e os EUA com vista a manter as posições conquistadas.
(A ocupação e anexação da Crimeia é um facto irreversível, e aqui não deverá haver ilusões, pois é difícil imaginar formas de pressão que levem Vladimir Putin a recuar).
Este cenário poderá ser o menos sangrento, visto que as forças armadas da Ucrânia parecem não ter capacidade de resistir, mas não se podem excluir acções armadas de grupos clandestinos contra a presença russa na Crimeia.
O outro cenário possível é a continuação da expansão do poderio militar russo ao Leste e Sul da Ucrânia e, neste caso, será inevitável não só uma guerra civil entre ucranianos, mas também uma guerra entre ucranianos e russos. A julgar pela correlação de forças militares, o Kremlin poderá vencer, mas com graves custos para ambas as partes do conflito.
Neste caso, não se pode excluir o apoio em armamentos por parte da NATO ao governo ucraniano de Kiev, o que poderá dar dimensões ainda maiores ao conflito.
Neste momento, o nível de popularidade de Putin entre a população russa é muito alto, mas estas coisas mudam muito depressa, quando os caixões com soldados russos começarem a chegar à Rússia.
N.B. A Rússia recebeu hoje o apoio da Coreia do Norte
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