The Saker El Saqr Балобан الصقر | ||
Traduzido por mberublue |
(Juan)
Confirmou-se que sistemas Igla-S (sistema de mísseis portáteis para defesa aérea. Sofisticado e muito eficiente. Detecta fontes de calor e até o formato do alvo a ser atingido. Serve para atuação contra aeronaves ou mesmo mísseis de cruzeiro desde que voem a velocidade subsônica[NT]) de mísseis antiaéreos foram encontrados “abandonados” perto de uma estrada rural pelo exército do Donbass. A quantidade é desconhecida.
Existe um vídeo de um avião de ataque ao solo ucraniano, tipo Sukhoi, sendo abatido em 30 de maio. Sem confirmação do incidente pela testemunha que teria visto o acontecido. É perfeitamente visível no vídeo quando o piloto ejeta.
Em 30 de maio alguns edifícios governamentais foram tomados pelas pessoas em Ternopol. Um edifício administrativo foi queimado.
Vários sistemas antiaéreos ZU-23 (canhão automático antiaéreo de 23 mm [NT]) – que podem ser usados com devastadores efeitos como metralhadoras pesadas de tiro rápido na luta em solo – foram “achados” pelo exército do Donbass. Quantidade e origem das novas armas são totalmente desconhecidas. Agora, estão a serviço do exército do Donbass.
Embora sem confirmação, estima-se em 50 civis o número de mortes causadas pelos bombardeios de Slaviansk e Donetsk. Uma menina de cinco anos perdeu o pé em virtude de ferimentos causados pelos bombardeios.
Ontem e hoje crianças estavam sendo evacuadas de Slaviansk para a Federação Russa e mandadas para Sebastopol. A evacuação foi suspensa por causa da situação em Slaviansk desde o início da tarde, horário local.
Os combates que continuavam a acontecer em partes de Slaviansk e áreas da periferia durante todo o dia, foram intensificados a partir das 17h55 (horário local) do dia 31 de maio.
Lutas esporádicas ainda ocorrem na área do aeroporto de Donetsk desde a tarde do dia 29 de maio. Continuam hoje (31 de maio).
Até 28 de maio há relatos de que houve 627 baixas no exército da junta. As baixas desta data até agora seriam de 250, conforme a mesma fonte. Ambos são números KIA (mortos em ação). O número de WIA (feridos em ação) não é conhecido com precisão, mas estima-se que sejam mais que 700 feridos em ação até 28 de maio. Depois disso, não há estimativas para feridos em ação.
Foi confirmado um número de no mínimo 1428 deserções no exército ucraniano até 28 de maio. Depois dessa data não há conhecimento do número de deserções até hoje (31 de maio). Não há conhecimento se nesses números estão inclusas as baixas ocorridas na Guarda Nacional/Pravy Sektor (Setor de Direita – partido ucraniano com tendências neonazistas [NT]).
Às 18h21 (horário local) conforme relatos ainda sem confirmação, no aeroporto de Donetsk de que uma unidade da Junta, ou pelo menos algumas de suas armas, tornaram-se lutadores da Guarda Nacional/Pravy Sektor no terminal do aeroporto, por razões desconhecidas.
(The Saker)
As minhas próprias fontes relatam que aconteceram em Slaviansk os ataques de artilharia mais pesados, sempre com bombas caindo aleatoriamente em qualquer lugar da cidade. Porém a grande e dura barragem de artilharia que “Juan” e, a propósito, também um dos líderes da resistência, Viacheslav Ponomarev temiam para a noite passada, acabou por não acontecer. Em outras palavras, os meios para destruir Slaviansk estão a postos, mas a decisão política ainda é esperada para o início da ação. Como Crossvader e outros já sugeriram, tal decisão implicaria em riscos enormes para o regime em Kiev. Meu palpite pessoal é que os comandantes que estão liderando os Esquadrões da Morte de Kiev ao redor de Slaviansk gostariam demais de abrir fogo com tudo o que têm, contra aqueles que chamam de “terroristas” “insetos” e “moskals” mas esse pessoal não vê, como Poroshenko em Kiev o faz, se não o panorama geral, pelo menos uma visão mais abrangente. Em primeiro lugar: os russos podem simplesmente abandonar de vez quaisquer negociações sobre as entregas de gás. O certo é que a luta pelo controle da “teta” ucraniana está hoje entre, de um lado o duo Poroshenko/Klichko, com a dupla se esforçando para manter Kiev sobre controle, e do outro lado o circo de aberrações Iarosh/Timoshenko/Tiagnibok/Liashko tentando colocar ainda mais pressão com suas exigências alucinantes. Na Novorossia o acordo parece ser o seguinte: “vamos fazer o suficiente para causar algum pânico, mas não o suficiente para disparar um banho de sangue real.” Definitivamente, esta não é uma tática eficiente.
Mesmo com um choque inicial muito grande e pagando alto preço, as populações civis aprendem a sobreviver e se adaptam depois de algum tempo após o início de operações de combate, conforme já demonstrado em várias partes do mundo. Já há relatos de que crianças são capazes de reconhecer com que armas estão sendo atacadas, apenas ouvindo o seu som. As escolas estão fechadas e as famílias estão passando seu tempo nos abrigos ou em locais próximos. Em relação aos homens que combatem pelas Forças de Defesa da Novorossia (FDN), não serão nem eliminados, nem obrigados a recuar apenas por ataques de artilharia. Mais uma vez, recentes pesquisas sobre combates urbanos dão conta que artilharia e ataques aéreos não são o bastante para prevalecer sobre forças militares treinadas e abrigadas no interior de cidades.
Exatamente como aconteceu na Segunda Guerra Mundial, a única forma conhecida para derrotar uma força militar treinada, incrustada e abrigada dentro de grandes cidades, é o combate de infantaria prédio a prédio. Assim que as forças de ataque estiverem dentro das cidades, torna-se muito complicado o uso de fogo de apoio pela artilharia (por causa do risco de atingir suas as próprias forças). Apoio aéreo, principalmente com bombas poderosas ou mísseis é especialmente perigoso. Talvez a ordem mais perigosa a ser dada para uma tropa de infantaria seja precisamente a tarefa de limpar uma cidade de seus defensores, rua após rua, casa após casa, mesmo se apoiados por blindados, mas esta é a única maneira de fazê-lo. Com tropas de assalto bem armadas (infantaria). O lado mais bem treinado e mais experiente detém uma vantagem enorme, principalmente se a força atacante é o típico “desordeiro de rua que virou membro da Guarda Nacional em duas semanas”.
Neste mesmo instante a Junta está a usar uma velha técnica bolchevique: enviam para o combate batalhões de conscritos e na retaguarda deles “esquadrões de bloqueio”, que não passam de esquadrões da morte especialmente recrutados entre os membros do Pravy Sektor, com a missão de executar sumariamente aqueles que se recusarem a lutar. Tal método pode ser usado em terreno aberto, mas se torna mais difícil de empregar no ambiente urbano. Assim, dentre as forças do exército ucraniano que tem competência para isso (paraquedistas) são raros os que, dentre seus membros, estejam dispostos a fazê-lo. Os que estão dispostos para executar essa missão, ou seriam mortos dentro de alguns minutos (“desordeiros de rua que viraram membros da Guarda Nacional em duas semanas”) ou são muito covardes para tentar (esquadrões da morte).
Dessa forma, o que temos visto até este momento, é que a Junta tipicamente não tem capacidade para dirigir uma operação militar desse porte. O que eles têm conseguido fazer até agora é:
01 – Em primeiro lugar, a tática do terror: bombardeio aleatório em Slaviansk e outras cidades.
02 – Em segundo lugar, outra tática terrorista: atirar em civis, de forma aleatória.
03 – Ataque a postos de controle fora das cidades.
04 – Atacar alvos simbólicos que se localizam fora das cidades como por exemplo, o aeroporto de Donetsk.
Como tenho dito, o tempo é inimigo da Junta. Os civis estão sendo paulatinamente evacuados da zona de combate e mesmo que as autoridades ucranianas estejam usando sórdidas técnicas de perseguição e intimidação contra eles (como obrigá-los a abandonar os ônibus e seguir caminho a pé), não podem simplesmente matar a todos (muitos celulares com câmeras, muitos repórteres). Quanto às Forças de Defesa da Novorossia (FDN) estão ficando claramente mais fortes a cada dia que passa, adquirindo mais armas, como MANPADS (sistema de defesa aérea portátil que pode ser usado a partir do ombro do atirador) e AA (armas antiaéreas) de fogo rápido, já mencionadas anteriormente por “Juan”, que a FDN parece “encontrar” a todo instante aqui e ali. Por falar nisso, MANPADS e AA são armas *perfeitas* para serem usadas em combate urbano. Os MANPADS podem não apenas prevenir ataques aéreos mas também impedir a mobilidade através do ar (transporte aéreo de equipamentos e pessoal), como foi provado recentemente com a morte do bandido-general da Junta encarregado da liderança da “Guarda Nacional” no Donbass. As armas AA de fogo rápido podem não só servir como defesa antiaérea como também podem transformar em confete um veículo blindado leve em segundos. Até mesmo um tanque pesado de batalha será seriamente avariado se um ZU-23 utilizar de forma correta munição perfuradora de blindagem atingindo-o várias vezes. Entendo que até este momento, a FDN só tem em seu poder a versão rebocada, porém mais cedo ou mais tarde chegarão os ZU-23 com auto propulsão (o ZU-23-4, chamado carinhosamente de “Shilka”), normalmente usado como arma de defesa antiaérea para qualquer divisão de infantaria motorizada ou regimento blindado. Quanto aos velhos ZU-23-2, podem ser montados em qualquer caminhão ou pick-up (embora tais veículos não sejam adequados para suportar durante muito tempo o choque dos disparos). Penso que essas armas simples mas espetaculares são como “armas da Segunda Guerra Mundial com esteróides”.
O que escrevi acima sobre Slaviansk se aplica de forma ainda mais contundente em grandes cidades como Donetsk, que a tudo isso adicionam mais dois obstáculos consideráveis que as forças atacantes teriam que superar: enormes e fortes edifícios construídos com concreto reforçado com porões profundos e uma rede complementar subterrânea de comunicações. No primeiro caso, a dificuldade aumenta para o uso de artilharia ou de ataques aéreos para auxiliar os ataques de uma eventual força de infantaria e no segundo caso, torna-se quase impossível interromper as comunicações dos defensores da cidade. Grandes cidades também têm mais armazéns de comida, mais depósitos de suprimentos e munição e os defensores podem se preparar melhor para a defesa (eixos de ataque são mais fáceis de serem previstos em cidades) e as forças defensivas tem *mais* mobilidade dentro da cidade que fora delas. Finalmente, cidades têm muito mais civis com câmeras e telefones celulares e também muito mais jornalistas e repórteres. O custo político do ataque a uma grande cidade é, assim, muito maior que os de um “massacre privado” de alguma aldeia que, mesmo assim, normalmente são descobertos após alguns dias. Os piores massacres ocorridos em Ruanda não tiveram lugar em Kigali (que viu uma infinidade de horrores) mas em pequenas vilas escondidas nas montanhas e florestas.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário