A polícia da província chinesa de Shanxi, no norte do país, resgatou 31 trabalhadores que viveram durante um ano em situação de escravidão numa fábrica de ladrilhos, propriedade do filho do secretário local do Partido Comunista. A notícia é do jornal El País, 9-06-2007.
Segundo informava ontem o jornal Beijing News, oito trabalhadores estavam tão traumatizaods pela experiência que nem sequer eram capazes de recordar os seus nomes. Os resgatados tinham feridas, manchas e queimaduras pelo corpo e eram forçados a trabalhar 20 horas por dia (das cinco da madrugada até à uma hora do dia seguinte) em troca de pao e água.
Um cheiro pestilento assustou a polícia que irrompeu no local. “Estavam tão sujos que a sujeira podia ser raspada com uma faca”, informa o jornal. “Estavam vestidos com a mesma roupa durante um ano”. Os trabalhadores informaram que antes da operação de resgate, um companheiro tinha sido assassinado a marteladas por não trabalhar “o suficiente”.
Segundo o jornal chinês, “os oito trabalhadores que sofrem de transtornos psicológicos não conseguem dizer onde estão as suas casas”.
O jornal espanhol lembra que dezenas de milhares de imigrantes das empobrecidas zonas rurais chegam anualmente até as cidades em busca de trabalho, com a esperança de desfrutar de alguns frutos de uma economia que cresce a dois dígitos.
Com salários que apenas chegam a um euro por dia, estes imigrantes contribuíram para que a China se tornasse na fábrica do mundo e uma das mais pujantes economisas do planeta. Muitos destes trabalhadores carecem de contratos formais e não têm acesso à lei, o que os torna presas fáceis da exploração laboral. A proteção que as autoridades locais dispensam aos proprietários das fábricas lhes permite atuar com total impunidade.
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