Há coisas que eu não entendo, por mais que me esforce. Isto, por exemplo:
[está aqui]
que razão poderá invocar-se para justificar que jogadores de futebol sejam heróis nacionais. que força oculta pode transformar a(s) vitória(s) de uma equipa de futebol em feito nacional.
A coisa torna-se ainda mais estranha se, distanciadamente, consciencializarmos aquilo que todos sabem: que a selecção espanhola venceu, mas a vitória poderia, sem surpresas, ter transformado a holandesa em... heróis. Sobretudo se pensarmos nas falcatruas com que se
(jogadores incluídos)fazem os jogos e que, pelos vistos, não beliscam minimamente a honorabilidade dos intervenientes.
Parece que o guarda-redes alemão conseguiu aldrabar o árbitro e "anular" um golo
[intencionalmente como o próprio declarou]no jogo contra a Inglaterra. Menos nobre por isso? pelo contrário, talvez.
Um (escandaloso) toque de mão de Thierry Henry classificou a França para o Mundial. Menos nobre por isso? pelo contrário, talvez.
E a lista, imensa
[imensa mesmo em qualquer jogo: os toques e as "tesouras" disfarçadas, as pancadas físicas para anular o adversário,...],poderia continuar. O curioso é que todos estes actos
[que na vida quotidiana chegamos a considerar imorais, mas aqui toleramos e até louvamos]ajudem ao espectáculo que é o futebol profissional. A transformar esta gente-do-vale-tudo em heróis nacionais. Recebidos por presidentes da república e do reino, primeiro-ministros...
Há coisas que eu não entendo, por mais que me esforce.
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