"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

domingo, setembro 25, 2011

Comentários

Em Rosa dos Ventos da Carta desta semana Maurício Dias faz uma crítica em relação à marcha contra a corrupção desencadeada em vários pontos do país.

Diferentemente de Maurício achei lindo. Considero de igual relevância ao movimento dos “caras pintadas”.

Estava me preocupando muito com a mobilização politica do pais. As marchas pela liberação da maconha e a das vadias, haviam posto mais gente na rua do que as anteriores tentativas de uma marcha pela corrupção, na realidade puseram, mesmo com essa mobilização de maior envergadura.

O problema está no que se denominou “politicamente correto”. Hoje interesses sectários de minorias pulverizam em nome de interesses pessoais grandes bandeiras que teriam maior impacto sobre a melhoria da cidadania e qualidade de vida da sociedade como um todo. O que a sociedade como um todo ganha com liberação da maconha? Ou com um movimento de mulheres que querem utilizar roupas mínimas e não serem molestadas por isso? É claro que são bandeiras que devem ser buscadas pelas minorias que as desejam por em prática. O problema é que algo que traria benefício para toda a sociedade brasileira como a redução da corrupção como um todo (pois não existe ausência da corrupção, os governos e Estados de esquerda estão aí para provar isso) não recebe o apoio populacional, uma vez que, normalmente tais mobilizações são organizadas pelas classes mais “intelectualizadas” e o dito “povão” só assiste sua reprodução nas mídias como sendo um movimento que aparenta ter a legitimidade de toda a sociedade.

Acredito que o voto secreto na forma como defende Maurício Dias é uma das maiores armas contra a democracia. Digo isso pelo nosso histórico de julgamento dos pares em nossas casas legislativas, sendo um dos últimos o caso de Jaqueline Roriz. Será que se o voto fosse aberto e acompanhado pela população ela teria sido inocentada como outros o foram?

Outra coisa. Se a população tem maturidade para votar democraticamente para eleger seus candidatos e dar continuidade com Dilma do governo Lula, não tem maturidade para saber o que pressionar no Congresso? A opinião pública só tem validade para certos interesses?

Se a bandeira de luta é democracia, que se haja como se assim fosse. A sociedade tem o direito sim de pressionar seus representantes, por sinal não só tem o direito como deve fazê-lo. Se não, permanecemos para sempre no nosso atual estágio, que é o de votar em um programa político e esse voto ser transformado em um cheque em branco em que os representantes o utilizam como bem o queiram.

Chega de brincar de democracia. Chega de por a culpa nos Governos Militares. Já temos mais anos de governos “democráticos” do que de governos militares, então não há desculpas para o caos que aí se apresenta. 

Outro comentário que gostaria de fazer é em relação à demonização do imposto para a Saúde. Alguém no Brasil, além dos que tem recursos e pagam pelo atendimento diferenciados do sistema privado acredita que o país não necessita de mais recursos para esse setor.

Quando Adib Jatene lutou pela CPMF seu objetivo era realmente repassar mais recursos para o setor da saúde. O seu mal uso, ou desvio, foi feito pela “democracia”, pelo voto secreto.

O imposto é extremamente democrático. Atinge em um percentual único o bolso de todos. É claro que quanto maior a movimentação financeira, maior a fatia do imposto, e disso a elite não gosta. Enquanto isso os impostos indiretos massacram a população, ou o leão abocanha a renda de forma igual dos desiguais, provocando acumulo de renda no topo do novo losango das classes brasileiras, isso a elite gosta.

É a democracia, o que fazer?

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