darrusia.blogspot - SEGUNDA-FEIRA, JULHO 09, 2012
PUBLICADA POR JOSE MILHAZES
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin acusou o Ocidente de tentar conservar a sua influência através das chamadas operações humanitárias, da exportação da “democracia de mísseis e bombas” e da ingerência nos conflitos internos.
“O caráter multivetorial do desenvolvimento mundial, que se agudizou devido à crise, às dificuldades sócio-económicas nos países desenvolvidos, enfraqueceu o domínio do chamado Ocidente histórico”, declarou Putin num encontro com embaixadores russos.
“Isso já é um facto. Daí as tentativas de alguns participantes da política internacional de conservar a sua influência habitual, tirar vantagens geopolíticas a qualquer custo”, acrescentou.
“Isso manifesta-se nas chamadas operações humanitárias, na exportação da “democracia dos mísseis e bombas” e na ingerência nos conflitos internos, nomeadamente originados pela “primavera árabe””, precisou.
Nesse sentido, Putin considerou inadmissível a repetição do “cenário líbio” na Síria.
Segundo ele, “vemos quão contraditório e desiquilibrado é o processo de reformas no Norte de África e no Médio Oriente; os acontecimentos líbios trágicos estão perante nós e claro que não se deve permitir a sua repetição”.
“É preciso fazer tudo para obrigar as partes do conflito à elaboração de uma solução política pacífica de todas as questões litigiosas. É preciso querer e contribuir para esse diálogo. Claro que esse trabalho é tanto mais complexo e delicado quanto maior é a ingerência através da força, mas só ela pode garantir uma normalização duradoira e um desenvolvimento estável na região e na Síria”, considerou.
O dirigente russo defendeu que nenhuma intervenção armada contra qualquer Estado deve realizar-se sem o aval do Conselho de Segurança da ONU.
Putin acusou alguns países atingidos pela erosão de denegrirem conscientemente a imagem da Rússia.
“Por enquanto é preciso reconhecer que a imagem da Rússia no estrangeiro não é, no fundamental, criada por nós. Por isso é deturpada e não reflecte a situação no país, o seu contributo para a civilização, ciência e cultura mundiais”, precisou.
“Aqueles que disparem e lançam mísseis constantemente, são bons. Os que previnem da necessidade de um diálogo contido, esses são culpados de alguma coisa. A nossa culpa é que nós explicamos mal a nossa posição. Essa é a nossa culpa”, concluiu.
P.S. Qualquer pessoa que tenha acompanhado com atenção a catástrofe humanitária no sul da Rússia e a forma como as autoridades a geriram compreende que o poder russo já faz mais do que suficiente para denegrir a imagem do seu país.
É caso para recordar o ditado: “Agarra que é ladrão!”
Este discurso fez-me lembrar a propaganda soviética.
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