"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, outubro 17, 2012

Crise das Caraíbas/50 anos: Mísseis continuam a envenenar relações entre Moscovo e Washington

darussia.blogspot - Domingo, Outubro 14, 2012



  A crise dos mísseis de Cuba aconteceu há 50 anos, o comunismo ruiu em 1991 e o mundo mudou radicalmente, mas não se pode excluir uma crise semelhante no futuro, embora, desta vez, junto das fronteiras da Rússia.
A crise nas Caraíbas aconteceu quando, em outubro de 1962, a União Soviética instalou mísseis nucleares em Cuba, a poucos quilómetros dos Estados Unidos.
Então, a guerra foi evitada graças a cedências de ambas as partes. Washington retirou os seus mísseis Júpiter da Turquia e Itália e Moscovo os seus de Cuba.
Na quarta-feira passada, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, reconheceu que Washington e Moscovo não conseguem encontrar solução para o problema da instalação pelos norte-americanos de um sistema de defesa antimíssil na Europa.
"A parte americana não está pronta a aceitar quaisquer garantias que limitem as possibilidades potenciais da criação e instalação de elementos do escudo de defesa antimíssil", declarou num discurso na Câmara Alta do Parlamento da Rússia.
"As nossas propostas sobre a arquitetura conjunta com vista a reagir aos possíveis riscos de mísseis vindos de fora da Europa são ignoradas, alegando que a NATO não pode transmitir a ninguém parte da sua responsabilidade na manutenção da defesa dos territórios dos países membros da aliança", acrescentou.
O chefe da diplomacia russa afirma que o seu país está disposto a continuar o diálogo, mas as expectativas não são as melhores, pois pouco irá depender dos resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
"Independentemente do vencedor, a posição norte-americano sobre o escudo antimíssil não deverá mudar substancialmente. Se acontecer, só para pior", declarou à Lusa uma fonte diplomática em Moscovo.
"A política externa em relação à Rússia de "reset" de Obama pouco deu e a de Mitt Romney também não promete mais", sublinhou a fonte.
"Em qualquer dos casos, a Rússia poderá envolver-se numa nova corrida aos armamentos, com consequências imprevisíveis", concluiu.

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