"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

quarta-feira, agosto 28, 2013

Síria: Guerra com início para breve e sem fim à vista

darussia.blogspot - 26 ago 2013



Parece cada vez mais provável uma intervenção militar estrangeira na Síria para derrubar o regime de Bashar Assad, o que poderá provocar um conflito de grandes proporções no Médio Oriente e no Norte de África.
Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Turquia e alguns países árabes não escondem que estão prontos a enviar tropas suas para apoiarem a oposição síria a derrotar Bashar Assad.
Do outro lado, o Irão e o movimento Hezbollah prometem fazer a vida negra aos invasores.
A Rússia e a China estão contra qualquer intervenção internacional na Síria à revelia do Conselho de Segurança da ONU, mas, não obstante a retórica dura vinda principalmente de Moscovo, estes países não irão intervir militarmente no conflito. No melhor dos casos, poderão continuar a fornecer armas à Síria e ao Irão. POR exemplo, o Kremlin pode decidir fornecer a Teerão sistemas de defesa antimíssil S-300.
Claro que, devido à sua situação geográfica, Israel não poderá ficar de fora, devendo juntar-se à coligação anti-Assad.
O argumento para intervenção militar já foi encontrado: as forças armadas sírias empregaram armas químicas nos arredores de Damasco, matando centenas de pessoas. Mas aqui coloca-se uma questão: será que Assad e a sua corte estão completamente loucos para se exporem assim a uma intervenção externa? Não será isto a repetição do que aconteceu no Iraque, em que a opinião pública foi simplesmente enganada?
Quanto à chegada da missão de observadores da ONU, Laurent Fabius, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, já veio dizer que ela está atrasada.
O destino do atual regime sírio parece estar predeterminado.
Segundo alguns analistas militares, a coligação anti-Assad poderá necessitar de uma ou duas semanas para derrubar o regime de Damasco, mas o pior virá depois. A Síria irá transformar-se em mais um foco de instabilidade na região, juntando-se ao Iraque, Egito, Líbia, etc.
Além disso, tendo em conta o provável envolvimento do Irão no conflito, não se pode pôr de lado a possibilidade de os Estados Unidos, Israel e seus aliados tentarem resolver também o “problema iraniano”, tentando travar o “programa nuclear de Teerão”, que poderá passar pelo bombardeamento da Central Nuclear de Busher, etc.
Como tem mostrado a prática, os conflitos nestas regiões têm levado ao reforço de forças políticas extremistas como é o caso da Irmandade Muçulmana. Na Síria, país multinacional e multiconfissional, o resultado deverá ser a desintegração do país e um longo período de instabilidade.
Com isto não pretendo defender o regime de Bashar-Assad, que tem sérias responsabilidades na origem do conflito na Síria, mas também seria errado idealizar a oposição ao regime, ou mais precisamente, as oposições.
Nesta situação, a comunidade internacional não conseguiu, mais uma vez, encontrar uma solução para o conflito sírio no seu início, sendo o Conselho de Segurança da ONU um espelho da total impotência.
Uma guerra de grandes dimensões parece inevitável e poderá transbordar do Médio Oriente.

Nenhum comentário: