O jornal Clarín, 23-04-2007, com o título acima, comenta as marcadas diferenças com que se concluiu a 1ª Cúpula Energética da América do Sul, na Venezuela. Além da ausência de Alan Garcia, presidente do Peru, e de Tabaré Vázquez, do Uruguai, houve uma falta de coordenação entre os restos dos assistentes em torno de pontos chave como energia, biocombustíveis e o Banco do Sul, que são os três projetos estratégicos da região.
O jornal comenta que o Brasil se negou a firmar o documento final do encontro. Assim, o encontro não teve a oportunidade de avançar na questão do gasoduto do sul proveniente da Venezuela que, rumo ao sul, a um custo fenomenal, cruzaria montanhas, pântanos e outros acidentes geográficos para abastecer, numa primeira etapa, às necessidades de São Paulo. A OPEP do gás não pôde mostrar o seu rosto.
Também houve objeções ao Banco do Sul porque Lula insistiu que o empreendimento deve se limitar a grandes projetos e não substituir os bancos multilaterais como o BID.
Segundo o jornal, houve idas e vindas. Porque em Washington, numa reunião especial com funcionários argentinos, prévia ao encontro de Isla Margarita, o Brasil parecia ter aderido à criação do Banco do Sul.
Para o Clarín, Venezuela e Brasil disputam a liderança e a hegemonia continental. Neste sentido há uma contraposição entre os dois países. Para a Venezuela, o etanol coloca em risco a alimentação da espécie humana para ‘alimentar’ os carros e pô-los em movimento. Para Cuba e Venezuela, o programa do etanol é uma estratégia dos EUA para impor um ‘modelo energético’.
Enquanto isso, os EUA são o principal importador do petróleo venezuelano que corresponde a 25% das necessidades de Washington.
Assim, cada país chegou à Venezuela para defender e negociar, privilegiando os interesses de cada um, seus recursos naturais e os de suas empresas. Venezuela não qeur perder o estratégico recurso do petróleo. E o Brasil se aferra à cana de açúcar, que serve para produzir o etanol.
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