A Venezuela implementará carga de trabalho de 36 horas por semana a partir de 2010, numa iniciativa pioneira na região. Foi o que disse o ministro "del poder popular para el trabajo", José Ramón Rivero, que participa da assembléia anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A notícia é de Assis Moreira e publicada no jornal Valor, 13-06-2007.
O ministro, ex-líder sindical metalúrgico, disse que a medida atende "valores socialistas" do governo do presidente Hugo Chávez e se apóia nos petrodólares, que representam 80% da renda nacional.
No Brasil, a jornada semanal definida por lei é de 44 horas.
Na França, o Partido Socialista, que introduziu a jornada semanal de 35 horas, foi derrotada na recente eleição presidencial por Nicolas Sarkozy, que promete fazer o país acordar cedo, trabalhar mais e ganhar mais também.
Rivero anunciou que Chávez fará uma reforma profunda da legislação trabalhista, estabelecendo, por exemplo, estabilidade para que o empregado não possa ser demitido no período de três anos. Os empregadores serão obrigados a contratar ao menos 5% de pessoas que são deficientes físicos.
O ministro trouxe farto material para mostrar que o governo Chávez já garante o "maior salário mínimo da América do Sul", de US$ 286, quase o dobro dos US$ 159 do brasileiro, conforme o quadro apresentado a imprensa.
Para Rivero, tudo isso é resultado de "diálogo social que tinha sido seqüestrado por governos corruptos". Mas na OIT é possível que o governo Chávez seja conclamado a evitar interferência nas eleições nos sindicatos do país.
O ministro do Trabalho do Brasil, Carlos Lupi, considerou "interessante" o plano de redução da jornada de trabalho a seis horas por dia (contando-se seis dias de trabalho por semana) na Venezuela, mas deixou claro que sua prioridade é simplificação contratações e demissões no país, sem dar detalhes. Ele disse que iniciará em julho amplo programa de combate ao trabalho escravo no Pará.
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