A Eletronuclear pretende começar, até o fim deste ano, a busca por uma cidade para abrigar a nova central nuclear brasileira, que terá capacidade para receber até seis usinas de 1 mil megawatts de potência. A reportagem é de Nicola Pamplona e publicada no jornal O Estado de S. Paulo, 14-06-2007.
O presidente da empresa, Othon Pinheiro, frisou que a decisão de dar prosseguimento ao programa nuclear ainda não foi tomada, mas a escolha da localização da central tem de ser feita até meados do ano que vem para que uma nova usina esteja pronta para operar em 2017.
Entidades do setor preparam um projeto de lei para instituir a cobrança de royalties sobre a produção nuclear com o objetivo de convencer os municípios a aceitar a instalação das usinas.
A proposta prevê a cobrança de 2% sobre o faturamento com a venda de energia, que seriam repassados à prefeitura. Atualmente, a sede da única central brasileira, Angra dos Reis, recebe apenas investimentos sociais da Eletronuclear.
Citando estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Pinheiro afirmou que o Brasil precisará de quatro a oito usinas nucleares até 2030, dependendo do ritmo de crescimento econômico. A idéia é construir duas centrais, a primeira no Nordeste e a segunda no Sudeste.
Em um primeiro momento, cada central receberia duas usinas de 1 mil megawatts (MW). Os estudos que serão iniciados este ano referem-se à central do Nordeste, região que não tem mais possibilidades de expansão da energia hídrica.
O ideal, diz o presidente da Eletronuclear, é que a central nordestina seja construída às margens do Rio São Francisco, antes da Hidrelétrica de Xingó, devido à abundância de água para resfriamento das turbinas. Para o Sudeste, ainda não há regiões em estudo, mas Pinheiro diz que a central deve ser construída em áreas próximas dos maiores centros de consumo.
O novo programa nuclear brasileiro vem amadurecendo no órgãos estatais do setor, mas ainda depende de aval do governo. Especialistas aguardam a definição sobre a conclusão de Angra 3. A decisão depende do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), cuja próxima reunião será no dia 25.
Com potência de 1,3 mil MW usina precisa de investimentos de R$ 7,2 bilhões, dos quais 30% em moeda estrangeira - que seriam captados em parceria com o fornecedor dos equipamentos - e 70% em reais. Essa última parcela poderá ser financiada pelo BNDES ou pelo Banco do Brasil. As obras têm duração prevista de 5,5 anos.
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