"A prisão de Salvatore Cacciola no Principado de Mônaco é, como diria o Simão, uma buemba, buemba no colo do Farol de Alexandria e do ministro Marco Aurélio de Mello, o herói da mídia conservadora (e golpista !)."A opinião é de Paulo Henrique Amorim, jornalista, expressa no seu blog, 16-09-2007.
Eis o comentário.
Cacciola mostra as vísceras do Banco Central e do fracasso da engenharia econômica do Plano Real, quando foi obrigado a desvalorizar a moeda.
Cacciola faz voar vidro para todo lado: do presidente do Banco Central, Chico Lopes à diretora de fiscalização do banco, Tereza Grossi, que fiscalizava os bancos com a pertinácia com que a CVM fiscalizava Daniel Dantas.
Cacciola deu um golpe no Banco Central de US$ 1,5 bilhão nas barbas do Governo Fernando Henrique.
A Polícia Federal conseguiu prender Cacciola.
O ministro Marco Aurélio de Mello deu uma liminar a Cacciola e o direito de contemplar o Mediterrâneo sentado nos bares elegantes do Principado de Mônaco, ao lado de Grace Kelly.
O ministro Mello tem o hábito de fazer a Polícia Federal trabalhar em dobro e gastar o dinheiro do contribuinte em dobro.
Recentemente, na Operação Furação, a Polícia Federal prendeu três bicheiros do Rio.
Marco Aurélio de Mello mandou soltá-los, porque não se configurava, segundo ele, na sua linguagem empolada, uma ação “delitiva”.
A Polícia Federal teve que voltar à Justiça para conseguir prender os três, de novo, flagrados em ação “delitiva”.
Se Cacciola abrir o bico, urubu vai voar de costas em Niterói, como diria Estanislau Ponte Preta.
Depois da liminar concedida pelo ministro Mello, a Polícia Federal expediu uma "difusão vermelha".
Isso significa que a Interpol no mundo inteiro poderia prender Cacciola.
Se Cacciola tivesse sido preso na Itália, não teria sido possível pedir a sua extradição.
A Itália e o Brasil não extraditam nacionais, e Cacciola é cidadão italiano.
Felizmente, Cacciola foi ao Principado de Mônaco e de lá pode ser extraditado.
Agora, o Ministério Público e o Ministério da Justiça vão pedir a extradição dele e a Justiça de Monte Carlo vai julgar.
Em tempo: sobre esse período de glória do Plano Real, recomenda-se a leitura de "Os Cabeças-de-Planilha", de Luís Nassif.
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