As remessas de lucros das multinacionais instaladas na América do Sul superaram, pela primeira vez, os investimentos na região em 2006, segundo o relatório da ONU sobre investimentos. A região recebeu US$ 45 bilhões e as empresas enviaram de volta US$ 59 bilhões. O valor é 49% superior ao de 2005. A notícia é do jornal O Estado de S. Paulo, 17-10-2007.
O relatório mostra que as empresas instaladas no Brasil receberam US$ 19 bilhões e enviaram para as matrizes US$ 14 bilhões. Para a ONU, pelo tamanho do seu Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil ainda está abaixo do potencial de atração de investimentos. A entidade considera que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pode ajudar a promover esses investimentos ao reduzir impostos no valor de US$ 4 bilhões.
A explosão das remessas das multinacionais vem ocorrendo desde 2003, mas neste ano atingiu níveis recordes desde as privatizações na região, nos anos 90. Em 2000, por exemplo, os investimentos recebidos foram de US$ 60 bilhões, ante remessa de lucros de US$ 12 bilhões.
“Isso mostra que as empresas estão lucrando muito na região, mas também estão preferindo enviar esses recursos para o exterior, em vez de reinvestir nesses países”, disse Kalotay Kalman, um dos autores do documento da ONU.
Além do Brasil, outro destaque é o Chile, que teve as remessas calculadas em US$ 20 bilhões. Sem contar a remessa de lucros, as empresas da América Latina investiram US$ 43 bilhões em 2006 no exterior, uma alta de 125%.
O estudo aponta que o Brasil se tornou o local preferido, entre os mercados emergentes, para as multinacionais do setor financeiro. Quase 400 delas estariam atuando no Brasil. O País supera Hong Kong e o México.
No ano passado, o Brasil ocupou a 19ª colocação entre os maiores receptores de investimentos externos, perdendo apenas para Espanha, Rússia e China.
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