Enviado por luisnassif, sex, 28/12/2012 - 10:32
Por Marco St.
Esquerda.net
Um dia após os médicos cumprirem a sua quinta semana de greve, a
Assembleia de Madrid aprovou uma lei que abre caminho à privatização de
seis hospitais e 27 centros de saúde da região e que atribui benefícios
fiscais a projectos megalómanos, como é o caso do projecto Eurovargas,
do magnata Sheldon Adelson.
Artigo | 28 Dezembro, 2012 - 03:09
Foto EPA/KOTE/LUSA.
Esta quinta feira, a Assembleia de Madrid aprovou, com os votos a
favor do PP e os votos contra de toda a oposição (PSM, Esquerda Unida e
UPyD), a lei de Medidas Fiscais e Administrativas da Comunidade de
Madrid para 2013, que, entre outras medidas, abre a porta à privatização
de seis hospitais, localizados em Vallecas, San Sebastián de los Reyes,
Coslada, Arganda, Aranjuez y Parla, e de 27 centros de saúde da região.
Mediante a privatização destes estabelecimentos de saúde,
aproximadamente 1,5 milhões de cidadãos passarão a ser atendidos em
hospitais e centros de saúde com gestão privada.
A lei de Medidas Fiscais e Administrativas da Comunidade de Madrid
para 2013 prevê também, entre outros, um corte no orçamento das seis
universidades públicas de 16%, uma redução de 4,9% no orçamento da
Saúde, a introdução da taxa de um euro por receita e um corte orçamental
de 21% no setor dos transportes.
Esta legislação, também conhecida por ‘Ley Escoba’, modifica ainda a
Lei do Jogo, contempla a liberalização do período de saldos dos
estabelecimentos comerciais e atribuiu benefícios fiscais alargados a
projectos como o Eurovegas – projecto do magnata Sheldon Adelson que
junta seis casinos e doze hotéis na região.
Durante a discussão da ‘Ley escoba’ na Assembleia madrilena, a
oposição exigiu a demissão do conselheiro para Saúde do executivo,
Javier Fernández-Lasquetty, acérrimo defensor da privatização dos
serviços de saúde.
“Não podem dedicar 8 milhões a impedir despejos, mas perdoam 1.800
milhões aos casinos”, acusou a representante da Izquierda Unida,
Libertad Martínez.
Demissões em bloco contra privatizações
Nas últimas semanas, os protestos contra os cortes no serviço
nacional de saúde e medidas que incluem a privatização de áreas do setor
têm sido uma constante.
Os médicos entraram esta quarta feira na quinta semana de greve
indefinida, que está a ter uma adesão de 70% dos profissionais.
Entretanto, as direcções dos 270 centros de saúde da região aprovaram a
semana passada demitir-se em bloco para tentar travar as privatizações,
sendo que as direcções de, pelo menos, 125 centros já confirmaram a sua
demissão.
Acho que devem ter proibido a reprodução de Sicko do Michael Moore no país. Bastava assistí-lo para perceber a diferença entre o irracional sistema privatizado americano, do bem planejado e assistido sistema público canadense, inglês e francês.
Com todos os seus males (que são vastos), pelo menos no Brasil ainda temos o SUS.
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