Enviado por luisnassif, sex, 28/12/2012 - 10:16
Por Andre Araujo
OS GRANDES EMPRESARIOS ARGENTINOS - Nos anos 50 havia grandes
investimentos argentinos no Brasil. A elite do empresariado do vizinho
Pais olhava o Brasil como hoje os brasileiros olham a Africa, um
territorio atrasado a desbravar. O carro chefe dos grandes empresarios
argentinos com ramificação no Brasil era o celebre Grupo Bunge y Born,
os reis do trigo, que no Brasil tinham um imperio, o Moinho Santista, a
Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro-SANBRA, a Fabrica de Tecidos
Tatuapé, introdutora do jeans no Brasil, a Tintas Coral, a Serrana de
Mineração e outras. O grupo era tão grande que construiu o Centro
Empresarial de São Paulo, um conjunto de quatro torres quadradas, para
seus escritorios. O Conjunto é até hoje enorme, com galerias de lojas e
restaurantes no terreo, imenso estacionamento, construido pela Lubeca,
imobiliaria do grupo.
Outro grupo argentino famoso era a São Paulo Alpargatas, subsidiaria
da Fabrica Argentina de Alpercatas, grupo anglo-argentino que no Brasil
foi muito depois comprada pela Camargo Corra, , empresa famosa pelas
sandalias Havaianas.
Na Argentina desde o começo do Seculo XX grandes empresarios
construiram o Pais. O Matarazzo da Argentina era o italiano Antonio
Devoto, com todo o conjunto de industrias basicas de seu patricio no
Brasil. Na cerveja o Grupo Bemberg, com a Quilmes, hoje da Ambev, na
navegação os Dodero, com navios que partiam de Buenos Aires para a
Europa, inclusive de passageiros. No setor bancario depois derivando
para o imobiliario, Ernesto Tornquist, que construiu o Hotel Plaza,
ainda hoje lindo predio , na metalurgia os Torcuato di Tella, com a
empresa SIAM que tambem veio para o Brasil, tambem na metalurgia e
industria mecanica os Pescarmona com a IMPSA, hoje grande fabricante de
turbinas e pás eólicas no Btasil.
Luis Magnasco na famosa La Serenissima, industria de laticinios, a melhor manteiga da Argentina.
Após a geração de pioneiros veio a geração peronista , de empresarios
ligados ao Estado, uma caracteristica argentina que permanece a até
hoje. Os Bulgheroni, resi do petroleo com a Bridas e hoje com a
PanAmerican Energy, Alejandro e Carlos estão entre os bilionarios da
Forbes, tambem os Perez Companc, que venderam sua petrolifera para a
Petrobras por US$2,2 bilhões, os Fortabat, reis do cimento com a Loma
Negra, vendida por US$1 bilhão para o grupo Camargo Correa.
No perido da Segunda Guerra nasce a Techint, fundada por Agustin
Rocca, um engenehrio italiano que tinha sido um dos hierarcas
industriais do fascismo italiano, diretor da Ansaldo, empresa estatal
equivalente à Krupp na Alemanha, fabricante de aço, artilharia, navios e
turbinas. Rocca recomeçou na Argentina, protegido por Peron cresceu
muito, no Brasil comprou a CONFAB, principal fabricante de tubos do
Pais, depois comprou o controle da USIMINAS, na Italia tem a Dalmine, o
Grupo hoje com o nome de Tenaris é o maior fabricante de tubos de aço do
mundo e Paolo Rocca está na lista de bilionarios da FORBES.
O empresariado argentino é muito pequeno para o tamanho da Argentina,
o modelo de economia do vizinho Pais desde o primeiro governo Peron NÃO
é mais o de economia de mercado e sim de uma economia dependente do
Estado, não competitiva, só se dá bem que é amigo do governante, é o
pior modelo para um Pais, tem as ruindades do capitalismo somadas as
ruindades do estatismo, o que explica a decadencia economica inexoravel
da Argentina há 60 anos.
Os argentinos em geral são bons executivos e pululam nas
multinacionais americanas, são muito diferentes dos brasileiros, mais
posudos e arrogantes, dados a rituais e cerimoniais mas tem no geral
otima educação e formação profissional. A Argentina não conseguiu porem
aprender a extraordinaria flexibilidade mental dos executivos
brasileiros, que são muito mais praticos e objetivos, é uma questão de
indole, nós ganhamos em comparação disparado deles.
Me lembro quando uma multinacional americana reabriu uma fabrica em
Cordoba, levou seis executivos do Brasil, perguntei porque, se na
Argentina tem abundancia de pessoal bem formado e o americano me
respondeu: os brasileiros são muito mais parecidos conosco, um executivo
argentino é incapaz de pular o almoço, comer um sanduiche na mesa de
trabalho se precisar terminar um serviço, ele precisa de duas horas
completas para ""el almuerzo", se a secretaria falta o argentino será
incapaz de levantar da cadeira para tirar uma copia xerox, isso é tarefa
abaixo da dignidade dele, não são flexiveis com nós e os brasileiros.
Reamente há uma cultura pouco flexivel na Argentina, não gostam de
mudar habitos, tem muito engessamento de metodos, posturas e atitudes.
Isso explica muito da economia argentina.
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