recebido por e-mail - Rui Nogueira
Mais uma vez se evidencia o surrealismo que impera no Brasil com o desprezo pelas construções refletidas e a perda dos encadeamentos lógicos.
Como pode o presidente da FUNAI dizer que a política indigenista aplicada atualmente é a mesma sob inspiração do Marechal Rondon. Que absurdo!
O lema do Marechal Rondon era INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR, quando hoje, ao que tudo indica, predomina o segregar para entregar.
Vejam a situação inadmissível denunciada por Wilson Barbosa e pela Assembléia Legislativa de Roraima: mãe indígena não pode voltar para a reserva (Raposa do Sol)
com os filhos de pai branco.
A Assembléia Legislativa de Roraima, na pessoa de seu assessor jurídico Cláudio Teotônio está orientando a indígena (Cacilda Brasil) para conseguir a sua permanência
na reserva Terra do Sol.
A índia brasileira afirmou que tem documentos que comprovam a propriedade de 1800 hectares na vila Socó, datados de 1936, quando seu esposo, já falecido, nasceu
na região.
E inimaginável que Rondon sequer admitisse a sórdida campanha atual de retirada dos “não-índios” de territórios que são brasileiros.
Não pode voltar à área com seus filhos, porque são filhos de branco!!!
Isso é racismo! Mais grave que tudo, está inserido numa política oficial do governo!
ABSURDO!
Vimos um filme documentário que mostra a Polícia Federal quebrando o cadeado da porteira de uma fazenda em Roraima, em ação sem excessos ou truculência, para abordar família moradora e declarar:
- A senhora é índia, pode ficar. O senhor tem documento oficial brasileiro, tem que sair (não é considerado índio, ora vejam).
Na ocasião da apresentação do filme um delegado presente, defendeu-se afirmando que tudo era feito dentro da lei. É verdade, mas isto se enquadra no surrealismo que impera no nosso país, pois não é coerente nem lógico. A ação se apóia em leis que têm sido estranhamente aprovadas, legitimando absurdos. Se existe a ação legal baseada em leis espúria, mesmo assim elas não deixam de ser imorais.
É urgente questionar a política da Funai, do Ministério da Justiça e do Governo, que, na prática, estabelecem uma sórdida situação de racismo.
Porque o ministério da Justiça não toma providências quanto às irregularidades demonstradas e provadas pela CPI do Senado Federal – 2002, com relação ao Conselho Indigenista de Roraima (CIR), com ligações com o estrangeiro que lidera e estimula o movimento de segregação e a criação de gigantescas demarcações para meia dúzia de índios. A demarcação dos “ditos Ianomamis” com mais de 96 mil quilômetros quadrados, na última campanha de vacinação da Funai revelou 3.600 índios.
Ao que afirma a Funai há um plano de substituir a cadeia de produção construída por brasileiros roraimenses e arrozeiros. Isso mostra que não é mais preservar a cultura indígena, mas enveredar por um “direito econômico (sic)”. Com quem e para quem?
Vale ressaltar que, nas manifestações feitas por militares nunca há a observação de que o índio é uma ameaça, pelo contrário, sempre tem havido uma convivência e integração pacífica entre brasileiros índios e amazônidas como o fruto do “Integrar para não entregar” que fez, inclusive, a situação de ser difícil diferenciar o índio do amazônida.
A observação de que “suposta invasão externa atingiria alvos estratégicos e não viria pela zona de fronteira “ignora que a guerra atual não se desenrola com “desembarque de tropas estrangeiras armadas mas com uma estratégia de invasão cultural, ocupação disfarçada dos meios de produção, das comunicações, do sistema financeiro, dos transportes e o domínio das atividades essenciais para a vida da população (energia, água).
Num olhar, mesmo rápido, para a nossa realidade temos de constatar que estamos sob “declaração de guerra” e, no caso especial da Amazônia a Tropa de choque invasora é composta pelas Organizações não Governamentais (ONG) e, lamentavelmente, como em toda guerra, há os traidores, aqueles que não respeitam nem se preocupam com a defesa de nossa soberania.
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