"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música"
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, setembro 13, 2013

Barão Gregori Ivanovitch Langsdorff

Hiram Reis e Silva, 11 de setembro de 2013.

“Todo homem que aspire a conhecer as emoções líricas deve dirigir-se ao Brasil, onde a natureza poética corresponderá às suas inclinações. Mesmo a pessoa menos sentimental torna-se poeta para descrever as coisas como elas são”.
(Gregori Ivanovitch Langsdorff)


O Brasil despertou o interesse de pesquisadores estrangeiros que realizaram Expedições Científicas, a partir do século XVIII e foram intensificadas no século XIX, pelas regiões mais ermas da “terra brasilis”, devassando heroicamente nossos sertões, enfrentando toda a sorte de vicissitudes, com o objetivo de descrever a fauna, a flora e os costumes dos nativos deste imenso e até então incógnito país, fabulosamente mítico e pleno de encantamento. A maioria dessas Expedições era formada por naturalistas, biólogos, astrônomos, geógrafos, botânicos, zoólogos, médicos, artistas e outros especialistas de reconhecida capacidade profissional que muito contribuíram, com sua ciência, para o conhecimento das coisas e das gentes da nossa terra e para o bem comum da humanidade.

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-  América Russa
    Fonte: Bóris Nikolaevich Komissarov

(...) Por iniciativa de Pedro I, no final do Século XVII, começaram reformas radicais na Rússia. Essas reformas, é importante destacar, possibilitaram mais tarde o êxito da carreira russa de Langsdorff, assim como de sua Expedição Científica pelas Províncias de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Pará; iniciativas financiadas pelos imperadores Alexandre I, e posteriormente Nikolai I. (KOMISSAROV)

O Czar Pedro I, considerando que seu país estava social e tecnicamente muito atrasado em relação aos países europeus, iniciou uma série de reformas estruturais internas ao mesmo tempo em que envidava todos os esforços para que a Rússia ampliasse suas relações com o Ocidente. (Hiram Reis)

Essas reformas reestruturaram a política interna e externa, e todos os domínios da cultura; em função dela surgiu um novo exército e foi construída a frota marítima russa.

Saindo vencedora das guerras com a Suécia, a Rússia fixou-se nas margens do mar Báltico. Foi no tempo de Pedro o Grande, que a Rússia proclamou-se Império e construiu a sua nova capital, São Petersburgo. Dessa forma, a Rússia tomava um contato mais estreito com a Europa, sua arquitetura, pintura, música, literatura, ciência, manufaturas, artesanato, construção de navios, com os seus diversos modos de vida, costumes e línguas. Para a Rússia dirigiram-se holandeses, alemães, ingleses, franceses e italianos, com o seu espírito empreendedor.

O processo de assimilação da cultura ocidental também aproximou a Rússia da América, essa “enorme Colônia da Europa”. No século XVIII, tendo a Rússia, conquistado a Sibéria e ocupado o Extremo Oriente, tinha sob seu domínio terras no Alasca e possuía algumas ilhas adjacentes.

Em 1799 foi fundada a Companhia Russo-Americana, que controlava imensos territórios no Noroeste do Continente Americano. Surgia assim a América Russa. O Império Russo tornava-se uma potência euro-asiático-americana. (KOMISSAROV)

William Henry Seward’s folly”: somente em 1867, os USA compraram do Império Russo o território do Alasca. A operação desencadeada pelo então Secretário de Estado americano William Henry Seward foi considerada ridícula, insana, na época, ficando conhecida como “a loucura de Seward”, “a Geleira de Seward” ou ainda “o jardim de ursos-polares de Andrew Johnson” então Presidente dos USA. O governo americano adquiriu, por 7.200.000 dólares, um território de 1.600.000 km², que hoje constitui o Estado do Alasca. (Hiram Reis)

Até o início do século XIX, o Brasil não tinha para a Rússia grande importância econômica e política. Isso não quer dizer que os russos ignorassem por completo este país. Nas edições russas do século XVIII, o tema Brasil esteve presente com certa regularidade. Havia dados sobre o Brasil em manuais e livros para crianças, dedicados à Geografia e História; na imprensa, onde se publicavam matérias da imprensa holandesa, alemã e inglesa; nos livros com descrições de viagens de Charles Marie de La Condamine, Georg Anson, James Cook, e, finalmente, nas obras traduzidas de literatura artística que se poderiam denominar “Robinsoniade”.

Desde 1803 começaram as regulares viagens de circunavegação dos navios russos, que tinham como um dos objetivos, ligar São Petersburgo à América Russa. A baía do Rio de Janeiro tornou-se a escala constante e predileta neste percurso. Os interesses de navegação não tardaram em combinar-se com os comerciais, além dos políticos, que fizeram que a Rússia, finalmente, voltasse seu olhar para o Brasil.

Em 1807, Alexandre I assinou com Napoleão o Pacto de Tilsit e uniu-se ao bloqueio continental da Inglaterra. Interromperam-se então, as tradicionais ligações econômicas russo-inglesas, de grande importância para a Rússia; cessou a exportação para a Inglaterra de cereais e ferro russos, e a importação dos produtos tropicais efetuada pelos ingleses. Nestas condições a Rússia tentou ativar o comércio com os países da Ásia, com os Estados Unidos, com as repúblicas da América do Sul, então em guerra com a Espanha, e, é claro, também com o Brasil, onde estava estabelecida desde 1808 a corte dos Bragança. Um partidário do desenvolvimento do comércio com o Brasil era o conde Nikolai Rumiantsev, que ocupava desde 1809, o posto de Chanceler do Império. Com o começo da guerra de 1812, São Petersburgo e Rio de Janeiro eram participantes do mesmo campo estratégico-militar, o anti-napoleônico. Para a capital brasileira foi enviado como Ministro Plenipotenciário Fedor Pahlen, e estabelecido o Consulado Geral, que Langsdorff assumiu em 1813. (KOMISSAROV)

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-  O Primeiro Russo a Pisar no Brasil
    Fonte: Voz da Rússia (http://portuguese.ruvr.ru)

Na verdade primeiro russo a visitar,extr-oficialmente, o Brasil foi Nikifor Poluboiarinov (1763). Nikifor era oficial do navio inglês “Speaker”. (Hiram Reis)

Os primeiros navios russos chegaram ao Brasil em 1804. Eram as corvetas militares Nadezhda e Neva que realizavam, pela primeira vez na história da marinha russa, uma viagem de circunavegação. Enquanto avançavam ao longo do litoral do enorme país tropical, os dois barcos fizeram escala em vários portos brasileiros. A recepção oferecida em toda parte aos viajantes foi cordial.

No Recife, os habitantes locais convidaram os marinheiros russos a assistir a uma festa na cidade. No auge dos festejos, os marinheiros convidados apresentaram uma dança russa. Os brasileiros gostaram tanto dela que chegaram a aprendê-la, e repetir imediatamente. A estada em Recife não foi longa mas, os marinheiros russos tiveram que permanecer mais de dois meses junto da ilha de Santa Catarina a fim de trocar dois mastros da corveta Neva, danificados por uma procela. Quem ficou mais satisfeito com a delonga foi o cientista Gregori Langsdorff, um dos participantes da Expedição. Ele mudou-se do navio para a costa e instalou-se na casa de um naturalista local. Realizou juntamente com ele viagens de lancha, estudando a natureza. Mas é pouco provável que Grigori Langsdorff pudesse supor que lugar o Brasil iria ocupar no seu próprio destino.

Em 1812, foi publicada a sua obra em dois volumes em que se descrevia a primeira viagem russa de circunavegação. Esta obra do acadêmico Langsdorff compreendia informações geográficas e observações científicas excepcionalmente interessantes, feitas nas terras longínquas e nas vastidões do oceano. A obra foi traduzida para outras línguas e teve ampla repercussão. (VOZ DA RÚSSIA)

Os dois volumes chamados “Bemerkungen auf einer Reise um die Welt in den Jahren 1803 bis 1807” (Notas sobre uma viagem ao redor do mundo nos anos 1803-1807), tratam da fauna, flora e da etnografia da Califórnia, Havaí, Alaska, Nukuhiwa, ilhas do Pacífico, península do Kamtchatka e Japão. (Hiram Reis)

Neste mesmo ano de 1812, Grigori Langsdorff foi nomeado Cônsul-geral da Rússia no Brasil e exerceu este cargo durante oito anos. A atividade do cientista-diplomata visava conseguir a aproximação maior entre os dois países contribuindo para o desenvolvimento do comércio entre eles. Grigori Langsdorff fez muito a fim de difundir neste país distante informações sobre a sociedade russa. Ao mesmo tempo, foi graças a ele que a Rússia soube mais sobre o Brasil.
No início do século XIX, começaram a chegar ao Brasil grupos de imigrantes do Velho Mundo, contratados para trabalhar nos cafezais. Grigori Langsdorff revelou interesse em relação aos problemas do movimento migratório que então começava. Em 1813, ele informa o Colégio dos Negócios Estrangeiros de São Petersburgo:

O governo local faz esforços a fim de desbravar as vastas e férteis terras virgens do Brasil. Pessoas de todas as nacionalidades são convidadas a participar disso. Cada uma recebe uma gleba, cuja área supera uma légua quadrada da França, as autoridades fornecem alimentos e sementes para um ano.

Grigori Langsdorff organizou a vinda para o Brasil de cerca de cem imigrantes da Europa e instalando-os na Fazenda de Mandioca, que ele tinha adquirido. O cônsul russo dirigiu-se às autoridades um pedido de ajudar no alojamento de migrantes. Ele escreveu:

Vou criar na minha fazenda ramos de produção que são totalmente desconhecidos aqui e representam um grande interesse para este país.

De acordo com o intento do autor, a Fazenda de Mandioca devia tornar-se uma povoação exemplar do tipo europeu com técnicas progressistas de cultivo da terra e diversos artesanatos. Aí existiam plantações de café, de mandioca, milho, um jardim botânico, um museu de mineralogia e uma biblioteca em que havia livros científicos de mais diversas áreas. (VOZ DA RÚSSIA)

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-  Expedição Langsdorff
 
O botânico, naturalista e viajante francês Augustin François César Prouvençal de Saint-Hilaire, companheiro de viagem de Langsdorff pelas Minas Gerais, assim se referiu ao dinâmico chefe da Expedição:

Na companhia de Langsdorff, o homem mais ativo e mais infatigável que encontrei em minha vida, aprendi a viajar sem perder um só momento, a me condenar a todas as privações, e a sofrer com alegria qualquer espécie de incomodidades. Erguiamo-nos de madrugada; acabava de escrever o Diário ou de fazer a análise das plantas recolhidas na véspera, e meu empregado mudava de papel as que estavam sob compressão. Nesse meio tempo se preparava o nosso almoço, que se compunha de feijão preto cozido com toucinho, arroz e algumas xícaras de chá. No começo da viagem tínhamos biscoitos; mas em breve foi necessário contentar-mo-nos com farinha de milho ou, às vezes, de mandioca. Não estando ainda acostumado a essa alimentação, lançava, por respeito humano, um pouco de farinha sobre o feijão; mas experimentava uma sensação desagradável quando os grãos de farinha, imperfeitamente mastigados, passavam-se pela língua e faringe. Depois de comer às pressas, segurando o prato na mão, e quase sempre ocupando-me simultaneamente de qualquer outra coisa, refazia as malas que tinha desfeito na véspera. A partida era o momento crítico. Meu companheiro de viagem ia, vinha, agitava-se, chamava este, repreendia aquele, comia, escrevia o seu Diário, arrumava as borboletas e tratava de tudo ao mesmo tempo. Todo seu corpo estava em movimento; a cabeça e os braços, que arremessava para e frente, pareciam censurar a lentidão do resto dos membros; suas palavras se precipitavam; a respiração era entrecortada; ficava ofegante como depois de uma longa corrida. (SAINT-HILAIRE)

Esse artigo é dedicado à Expedição Langsdorff, tendo em vista a mesma ter percorrido, de março a julho de 1828, os Rios Preto, Arinos e Juruena tributários do majestoso Tapajós.

A equipe de Langsdorff era formada por Ludwig Riedel (botânico), Nestor Rubsoff (astrônomo), o médico e zoólogo Cristian Hasse, o artista alemão Johan Mauritz Rugendas e os franceses Aimé-Adrien Taunay e Hercule Florence, além de escravos, guias e remadores, num total de 39 pessoas.

A operação foi financiada pelo Czar Alexandre I, contou com o apoio de autoridades brasileiras, entre elas, o estadista José Bonifácio Andrada e Silva, percorreu mais de 17 mil quilômetros em 4 anos, os ermos sem fim dos sertões inóspitos estudando a flora, a fauna, pesquisando a etnografia e os idiomas das tribos brasileiras.

Em 1824, Langsdorff iniciou uma grande viagem à Província de Minas Gerais. Visitou Aldeias de indígenas de várias nações, entre êles grupos Coroado, Coporó e Puris, coletando abundante material. A seguir, preparou uma Expedição a São Paulo, juntamente, entre outros, com os pintores Amadei Adrian Taunay, Hercules Florence, e o médico Christian Hasse. Em 1826, realizou coleta de materiais junto a indígenas Coroados de Castro.

A seguir, Langsdorff percorreu o Mato Grosso, regiões fronteiriças com a Bolívia, realizando pesquisas no Alto Paraguai e no Guaporé. Desceu depois ao Amazonas pelos afluentes do Tapajós e visitou Aldeias do povo Bororo, considerado então como extinto. No Amazonas, entrou em contacto com a tribo Mundurucu, visitando Aldeias desses índios e da tribo Maué, já então em contacto com a população branca. Em 1828, observou a cultura do grupo Caripuna na região do Madeira-Guaporé. Assim, pela primeira vez, realizou uma pequisa abrangente do planalto brasileiro, pois atravessou os altos dos Rios Paraná, Paraguai e Tapajós.

Digno de menção é a atenção que Langsdorff demonstrava por questões práticas. Observando a vida circundante, procurava tirar conclusões e propor medidas para a melhoria das condições de vida dos habitantes locais.

Sobretudo por esse interesse em tirar resultados práticos de suas pesquisas, a obra de Langsdorff necessitaria ser analisada mais pormenorizadamente. Entretanto, o arquivo da Expedição foi perdido nos anos 30 do seculo XIX, logo após a chegada em S. Petersburgo. Os documentos começaram a ser estudados a partir de fins do século XIX. As coleções, porém, não foram ainda alvo de pesquisas aprofundadas.

G. I. Langsdorff deixou manuscritos com resultados coletados e observações. No campo da etnografia, cita-se um rascunho com registros concernentes aos índios Caiapós, de 1826, notas sobre índios do Pará, de 1827/28, e observações concernentes à Fazenda de Camapuã, de 1826.

G. I. Langsdorff procurou também informar-se de trabalhos já realizados, tendo estudado, entre outros, os documentos relativos à Província de Mato Grosso, de 1827, as “Notícias Sobre os Índios”, contendo “Descrição Relativas as Nações Indígenas que Habitam dentro do Distrito Diamantino e seus Sertões”, escrito por Antonio José Ramos e Costa, em Diamantino, a 16 de março der 1827; as “Notícias sobre duas Nações Habitantes dentro do Distrito de Vila Maria”, escrito por João Pereira Leite, em Jacobina, a 20 de fevereiro de 1827, as “Memórias relativas aos Índios Bárbaros que habitam na fronteira do Paraguai; e nos limites do Império, com quem os Brasileiros tem algumas relações comerciais”, mandadas tirar pelo Ilustríssimo e Exm° Sr. José Saturnino da Costa Pereira, Presidente desta Província, escrito pelo Capitão José Craveiro de Sá, em Cuiabá, a 20 de fevereiro de 1827, e a “Relação das diversas Nações de Índios, que habitavam a Província de Mato Grosso”. (BISPO)

A importância da Expedição Langsdorff, reconhecida como uma das mais importantes do século XIX, se avulta, sobretudo, quando a analisamos sob o ponto de vista da antropologia, da iconografia e da historiografia. Graças a ela pudemos tomar conhecimento dos costumes e da língua dos Mundurucus, Apiacás e Guanás.

O pesquisador alemão, naturalizado russo, Langsdorff, no seu Diário, afirma:

Cada observador tem seu próprio ponto de vista pelo qual vê e julga os novos objetos; tem sua própria esfera, na qual se esforça por incluir tudo que está em mais estreito contato com seus conhecimentos e interesses...

Tratei de eleger o que me pareceu representar o interesse geral – usos e costumes de diferentes povos, seu modo de vida, os produtos do país e a história geral de nossa viagem...

O rigoroso amor à verdade representa não uma vantagem, mas o dever de cada cronista da viagem. Com efeito, é escusado discorrer sobre aventuras numa viagem tão longa como a nossa, ou compor contos sobre a mesma: ela fornece uma quantidade tão grande de coisas admiráveis e interessantes que nos basta esforçarmos em tudo observar e nada deixar passar. (LANGSDORFF)

Ainda hoje podemos encontrar nos museus russos o rico material colhido por Langsdorff e afirmar que, durante muito tempo, o museu da antiga capital do Império Russo possuiu o maior acervo relativo ao Brasil graças às remessas deste metódico e malogrado pesquisador.

A crônica de Langsdorff, porém, se perde, por vezes, em contumazes críticas ao governo e às pessoas esquecendo-se de aprofundar-se em temas que um naturalista mais atento jamais relegaria a um segundo plano. Langsdorff deixa patente que não faz questão de aprender com os habitantes locais – não levando a sério suas recomendações. Como o autor não amplia informações vitais dando margem a pairarem dúvidas sobre suas observações incluímos diversas observações e notas ao texto original de maneira a esclarecer aquilo que não foi devidamente elucidado pelo médico alemão, naturalizado russo.

Fontes:

BISPO, Antonio Alexandre. Georg Heinrich Graf Von Langsdorff (1774-1852) – Brasil Academia Brasil – Europa de Ciência da Cultura e da Ciência (digital) – Fórum Brasil - Europa de Leichlingen, 1984.

KOMISSAROV, Boris Nikolaevich. Expedição Langsdorff: Acervo e Fontes Históricas ‒ Brasil ‒ São paulo ‒ Editora UNESP (Fundação para o Desenvolvimento da UNESP), 1994.

Voz da Rússia - http://portuguese.ruvr.ru.


 


- Livro do Autor
 
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Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS);
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

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