Robô, a grande invasão. Das fábricas às casas. “São sempre mais semelhantes ao homem”. As questões éticas em discussão
Em casa, no escritório, no automóvel. Os robôs estão agora por toda parte. Mais de um milhão aqueles da “velha” geração, que trabalham nas indústrias do planeta: 350 mil somente no Japão, 326.000 na Europa. Na Itália, para cada 10.000 pessoas ocupadas na indústria, mais de 100 são robôs, um número que faz do nosso país um dos primeiros do mundo neste setor. E seus preços continuam a baixar: um robô comprado em 2007 pode custar um quarto com respeito ao mesmo robô vendido em 1990. Sobre os robôs se discutiu num encontro organizado em Roma, de 11 a 14 de abril – Icra 2007 – do qual participaram centenas de cientistas provenientes de todas as partes do mundo. A reportagem é do jornal La Repubblica, 11-04-2007.
São mais de 1 milhão os robôs da “velha” geração, aqueles que trabalham nas indústrias do planeta: 350 mil somente no Japão, 326.000 na Europa. Na Itália, para cada 10.000 pessoas ocupadas na indústria, mais de 100 são robôs, um número que faz do nosso país um dos primeiros do mundo neste setor. São empregados sobretudo no processamento mecânico, na soldagem e no processamento do plástico. E os seus preços continuam a baixar: um robô comprado em 2007 pode custar um quarto com respeito ao mesmo robô vendido em 1990. E seu custo anual, se em 1990 valia 100, hoje não supera 25. Também entre as paredes de casa a sua presença cresce, a uma taxa de 7-8 por cento ao ano, e “se prevê que dos 66 bilhões de dólares que representará o faturamento da robótica em 1025, 35% caberão aos robôs pessoais ou de serviço”, observa Bruno Siciliano, presidente da Sociedade Internacional de Robótica e Automação.
Os robôs, portanto, estão hoje por toda parte. Nas nossas casas, nos nossos escritórios, nos nossos automóveis. São os assistentes dos anciãos: na Coréia do Sul foi fabricado aquele que controla os eletrodomésticos e avisa o ancião quando é hora do remédio. Fazem de enfermeiros para os doentes (nos Estados Unidos protótipos medem até a temperatura) ou se transformam em cachorrinhos que balançam a cauda (é o caso, entre os outros, de “Aibo”) e em breve assumi-los-ão como baby-sitter, se é verdade que algumas empresas estão estudando o modo de “ensinar” o autômato como se faz para embalar um neonato. De tudo isto, de 11 a 14 de abril, discutiram centenas de cientistas vindos a Roma com os seus autômatos de todas as partes do mundo. A ocasião foi o Icra 2007, conferência internacional que se desenvolveu junto à Universidade Angélica. O encontro girou em torno do título “Ubiquitous Robótica”, e o objetivo é explorar “a capilar presença dos autômatos na nossa sociedade e a grande possibilidade de aplicações nos mais diversos campos”. Como? Um tempo atrás se dizia que os robôs jamais poderiam imitar o homem até o fundo.
Hoje, ao invés, nos encontramos com robôs capazes de trabalhar com a mesma habilidade de um artesão. Acontece na Itália: “Estão trabalhando na zona compreendida entre Vietri e Cava dei Tirreni, onde imitam os mestres ceramistas”, conta Siciliano. “Isto é possível porque um sistema ótico registrou as pinceladas dos artesãos, que são naturalmente uma diversa da outra, e foi produzido sobre esta base um programa que capacita os robôs a realizarem azulejos um diverso do outro”.
Mas, a expansão da robótica também conduz a problemas de ética, e, não por acaso também se falará de “Roboética” na convenção do Icra. Explica Antonio Monopoli, colaborador da Universidade de Bari: “É verossímil que, com o tempo, se gerarão robôs com capacidades de auto-aprendizagem sempre maiores. Teremos, em suma, robôs capazes de “decidir”, condição compartilhada com o ser humano”. Um problema que poderia surgir é a eventual inadequação da resposta do robô diante de um evento. Em caso de danos, de quem seria a responsabilidade? Responde Monopoli: “Se o robô é considerado pelo critério de uma máquina, a responsabilidade recai sobre o seu proprietário. Mas, se o robô tem uma grande capacidade de auto-aprendizagem e interação com o mundo externo, e, de um ponto de vista social é agora compartilhada a idéia de uma condição de autonomia operativa dos robôs, poder-se-ia invocar a perfeita boa fé de quem projetou e comercializou o robô”.
Para aprofundar a discussão desta reportagem consulte a revista IHU On-Line, no. 200, 16-10-2006, que tem como título de capa O Pós-humano. A edição pode ser consultada nesta página.
São mais de 1 milhão os robôs da “velha” geração, aqueles que trabalham nas indústrias do planeta: 350 mil somente no Japão, 326.000 na Europa. Na Itália, para cada 10.000 pessoas ocupadas na indústria, mais de 100 são robôs, um número que faz do nosso país um dos primeiros do mundo neste setor. São empregados sobretudo no processamento mecânico, na soldagem e no processamento do plástico. E os seus preços continuam a baixar: um robô comprado em 2007 pode custar um quarto com respeito ao mesmo robô vendido em 1990. E seu custo anual, se em 1990 valia 100, hoje não supera 25. Também entre as paredes de casa a sua presença cresce, a uma taxa de 7-8 por cento ao ano, e “se prevê que dos 66 bilhões de dólares que representará o faturamento da robótica em 1025, 35% caberão aos robôs pessoais ou de serviço”, observa Bruno Siciliano, presidente da Sociedade Internacional de Robótica e Automação.
Os robôs, portanto, estão hoje por toda parte. Nas nossas casas, nos nossos escritórios, nos nossos automóveis. São os assistentes dos anciãos: na Coréia do Sul foi fabricado aquele que controla os eletrodomésticos e avisa o ancião quando é hora do remédio. Fazem de enfermeiros para os doentes (nos Estados Unidos protótipos medem até a temperatura) ou se transformam em cachorrinhos que balançam a cauda (é o caso, entre os outros, de “Aibo”) e em breve assumi-los-ão como baby-sitter, se é verdade que algumas empresas estão estudando o modo de “ensinar” o autômato como se faz para embalar um neonato. De tudo isto, de 11 a 14 de abril, discutiram centenas de cientistas vindos a Roma com os seus autômatos de todas as partes do mundo. A ocasião foi o Icra 2007, conferência internacional que se desenvolveu junto à Universidade Angélica. O encontro girou em torno do título “Ubiquitous Robótica”, e o objetivo é explorar “a capilar presença dos autômatos na nossa sociedade e a grande possibilidade de aplicações nos mais diversos campos”. Como? Um tempo atrás se dizia que os robôs jamais poderiam imitar o homem até o fundo.
Hoje, ao invés, nos encontramos com robôs capazes de trabalhar com a mesma habilidade de um artesão. Acontece na Itália: “Estão trabalhando na zona compreendida entre Vietri e Cava dei Tirreni, onde imitam os mestres ceramistas”, conta Siciliano. “Isto é possível porque um sistema ótico registrou as pinceladas dos artesãos, que são naturalmente uma diversa da outra, e foi produzido sobre esta base um programa que capacita os robôs a realizarem azulejos um diverso do outro”.
Mas, a expansão da robótica também conduz a problemas de ética, e, não por acaso também se falará de “Roboética” na convenção do Icra. Explica Antonio Monopoli, colaborador da Universidade de Bari: “É verossímil que, com o tempo, se gerarão robôs com capacidades de auto-aprendizagem sempre maiores. Teremos, em suma, robôs capazes de “decidir”, condição compartilhada com o ser humano”. Um problema que poderia surgir é a eventual inadequação da resposta do robô diante de um evento. Em caso de danos, de quem seria a responsabilidade? Responde Monopoli: “Se o robô é considerado pelo critério de uma máquina, a responsabilidade recai sobre o seu proprietário. Mas, se o robô tem uma grande capacidade de auto-aprendizagem e interação com o mundo externo, e, de um ponto de vista social é agora compartilhada a idéia de uma condição de autonomia operativa dos robôs, poder-se-ia invocar a perfeita boa fé de quem projetou e comercializou o robô”.
Para aprofundar a discussão desta reportagem consulte a revista IHU On-Line, no. 200, 16-10-2006, que tem como título de capa O Pós-humano. A edição pode ser consultada nesta página.
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