"Em minha opinião, não foi ruim para o Brasil o fracasso da Rodada de Doha", escreve Luis Nassif no seu blog, 21-06-2007.
Eis o comentário.
"Tem-se o seguinte quadro:
A União Européia e os Estados Unidos estão encalacrados com a questão dos subsídios agrícolas. A cada dia que passa, aumenta o peso sobre os orçamentos públicos. Com a revolução do etanol, a situação ficará ainda mais complicada para eles. A partir de um certo preço do milho, parte relevante das usinas de álcool ficarão inviabilizadas. A falta de terras, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, será um fator adicional, ou expulsando culturas já estabelecidas, ou obrigando à importação do álcool.
Portanto, no campo dos subsídios agrícolas, o tempo corre contra os desenvolvidos.
Tudo o que eles queriam seria um acordo que resolvesse dois problemas: fornecessem argumento para tomar uma decisão que, mais cedo ou mais tarde, teriam que tomar; e ainda seus produtos industriais ganharem acesso amplo e irrestrito ao mercado dos emergentes.
Para o Brasil, reduzir ainda mais as tarifas de importação de industrializados seria um suicídio. O real apreciado já significou uma abertura inimaginável. Sobre esse câmbio, colocar uma redução tarifária adicional seria ampliar o desastre. E em troca de muito pouco, que, afinal, será oferecido mais cedo ou mais tarde."
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