Uma criança é assassinada a cada dez horas no Brasil. É o que revela a reportagem de Tatiana Farah publicada na edição deste domingo no jornal "O Globo". Em seis anos, o Ministério da Saúde registrou 5.049 homicídios de meninos e meninas com idades até 14 anos. Os números foram levantados pelo jornal na base de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e correspondem aos seis últimos anos divulgados pelo governo, entre 2000 e 2005.
Em 2005, por exemplo, 662 vítimas nessa faixa de idade foram mortas por agressão. Mas bebês de até 1 ano não escapam da brutalidade. Só em 2002, foram assassinados 90 bebês. Jogada pela janela do apartamento do pai, Alexandre Nardoni, Isabella comoveu o país. Sua morte ainda é um mistério.
Desde 2000, 532 crianças morreram por violência doméstica
A violência doméstica é uma causa grave no índice de mortes de crianças e de violência, ainda que subnotificada às autoridades, de acordo com o Laboratório de Estudos da Criança (Lacri), da USP. A entidade acompanha as notificações de casos de abusos sofridos por crianças em todo o país usando fontes diferentes, como centros sociais, conselhos tutelares e a Justiça. Entre 2000 e 2007, o Lacri contabilizou 532 mortes de crianças e adolescentes em conseqüência da violência doméstica.
De acordo com a pesquisa "A ponta do iceberg", realizada pelo laboratório com dados de 1996 a 2007, apenas 10% dos casos de abusos físicos e psicológicos contra as crianças são denunciados. Segundo os pesquisadores, em todos esses anos foram notificados 159.754 casos de violência doméstica. A maioria, 65.669, é de negligência. A violência física vem em segundo lugar, com 49.481 casos, seguida de violência psicológica (26.590) e de violência sexual, com 17.482 casos.
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