Agricultura. Governo dá R$ 65 bilhões para o agronegócio e 13 bi para a agricultura familiar
Para ampliar a oferta de alimentos no mercado interno e assim evitar alta de preços, o governo vai disponibilizar cerca de R$ 78 bilhões para a safra 2008/09, que começa a ser cultivada em meados de setembro no sul do País, informou ontem o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Serão R$ 65 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 13 bilhões para a agricultura familiar. A notícia é Fabíola Salvador para o jornal O Estado de S. Paulo, 20-06-2008.
A agricultura empresarial terá disponíveis R$ 7 bilhões a mais que na safra atual (2007/08), quando o governo repassou R$ 58 bilhões para os bancos que atendem ao campo. Segundo o ministro, o montante atendeu às necessidades financeiras do setor. Os valores consideram recursos a juro controlado e a taxa livre. Para a agricultura familiar, o incremento em comparação com a safra atual será de R$ 1 bilhão.
Com a liberação de R$ 65 bilhões, Stephanes disse que será possível incrementar entre 5% e 6% a produção agrícola na safra 2008/09. Na safra atual, a produção foi de 143,276 milhões de toneladas de grãos, mostra estimativa divulgada no começo do mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele lembrou, contudo, que a colheita de uma safra maior depende de uma situação climática favorável durante o período de plantio, desenvolvimento e colheita das lavouras. O primeiro número oficial da Conab para a próxima safra será divulgado em outubro.
Apesar do incremento de R$ 7 bilhões na oferta de crédito para a agricultura empresarial, a liberação ficou abaixo do valor pedido pelo ministro Stephanes à área econômica do governo. O pedido ao Ministério da Fazenda era a liberação de R$ 70 bilhões no próximo ano-safra. “No final, nós fomos convencidos de que a liberação de R$ 65 bilhões daria”, disse.
A criação de uma linha de crédito para recuperação de áreas degradadas e melhoria das pastagens com taxa de juro de 5,5% ao ano foi uma das vitórias conseguidas pela Agricultura. “Como o juro vai ficar em torno de 5,5% e a inflação vai ficar em torno disso ou chegar a 6%, o encargo será negativo”, afirmou. Ele também citou um programa para modernização da pequena propriedade que terá juro de 2% ao ano. A linha vai beneficiar, segundo ele, os produtores que são eficientes e que terão condições de elevar sua produção.
Quanto às demais linhas de crédito da agricultura empresarial, Stephanes disse que não haverá redução de juros por causa da inflação. O plano será anunciado em 2 de julho, em Curitiba (PR). Já o anúncio do plano da agricultura familiar será feito um dia depois, no Palácio do Planalto, em Brasília.
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