30/10/2010 09h22 - Atualizado em 30/10/2010 11h50
Nova erupção foi mais forte que a da última terça-feira.
Buscas por vítimas de tsunami são prejudicadas por mau tempo.
O vulcão indonésio Merapi, que provocou a morte de 34 pessoas na terça-feira, voltou a entrar em erupção neste sábado (30), provocando a fuga de milhares de pessoas aterrorizadas. Em outra região do país, a mais de mil quilômetros ao norte do vulcão, o tempo ruim prejudica a ajuda às vítimas do tsunami que devastou ilhas na segunda-feira.
A série de erupções é uma das duas catástrofes naturais que o país enfrenta desde o início da semana e que provocaram no total a morte de quase 400 pessoas. As más condições meteorológicas dificultavam as tarefas de ajuda aos desabrigados pelo tsunami que devastou o arquipélago de Mentawai, no Oceano Índico.
O governo da Indonésia anunciou neste sábado que 135 pessoas declaradas desaparecidas foram encontradas vivas em uma das ilhas devastadas pelas ondas gigantes. De acordo com Agus Prahyitno, coordenador da gestão dos desastres, agora a lista de desaparecidos tem 163 nomes, contra os 298 anteriores.
Vulcão Merapi, em atividade neste sábado (30) (Foto: Clara Prima/AFP )
A nova erupção do Merapi, que aconteceu à 1h (16h de Brasília, sexta-feira), foi mais forte e fez mais barulho que a de terça-feira, projetando cinzas a 20 km, segundo moradores da região.
Ao contrário da erupção de terça-feira, a deste sábado não provocou mortes diretas, mas duas pessoas faleceram em um acidente de trânsito quando milhares de pessoas tentavam fugir, de madrugada, da área afetada. Com as duas mortes, o balanço de óbitos relacionados com o Merapi desde terça-feira subiu para 38.
"Esta erupção foi duas vezes mais forte", afirmou Terman, que mora a 12 km da cratera.
"Ouvi várias explosões que pareceram trovões. Estava tão assustada que o corpo todo tremia", disse Mukinem, uma habitante da região de 42 anos.
"Novas erupções vão acontecer, já que há uma grande quantidade de magma acumulado sob a cratera", informou Subandrio, um dos vulcanologistas que trabalha na supervisão das atividades do Merapi. "No momento o vulcão é muito perigoso", completou, antes de anunciar que as autoridades ampliaram a 20 km o raio da zona de segurança ao redor do Merapi, que antes era de 10 km.
Quase 50 mil pessoas estão abrigadas em centros temporários abertos desde segunda-feira nas proximidades de Yogyakarta, a grande cidade vizinha.
As operações de ajuda aos desabrigados pelo tsunami são dificultadas pelas chuvas e o mar agitado, que impede o transporte de alimentos e medicamentos aos vilarejos pesqueiros.
"Uma grande quantidade de ajuda está disponível. Infelizmente, o número de barcos é insuficiente para distribuir a ajuda rapidamente", lamentou Suryadi, coordenador das operações, em resposta às críticas de muitos desabrigados pela lentidão do socorro.
Muitos países já anunciaram ajuda à Indonésia, como a Comissão Europeia, que liberou 1,5 milhão de euros (quase US$ 2 milhões).
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