Lendo a Carta da semana anterior (a que tem Palocci na capa) gostaria de tecer alguns comentários sobre o que até agora já li.
Um deles é sobre a reportagem de capa. Apesar de já ter sido afirmado que De Gaulle não falou a famosa frase de que “o Brasil não é um país sério”, tal frase soa essencialmente como verdaderia na atualidade.
Não temos um legislação que impessa (e deveria existir a bastante tempo) a promiscuidade (isso mesmo promiscuidade) entre o homem público e setor privado. Essa negociata do detentor de poder público ser facilmente cooptado pelo setor privado é um verdadeiro tiro no que se diz que existeno país, a tal democracia.
Como um homem na condição de Deputado Federal (caso de Palocci na época), pode exercer atividade de consultoria ganhando o que ganhou. Só os idiotas de plantão não vêem que aí reside sim um conflito de interesses. Pois, garanto que o Deputado não vai propor projetos que irão de encontro aos interesses privados que lhe pagam milhões e o levam à ampliação de ganho de capital e multiplicação de patrimônio por 20. E se isso aconteceu no passado e atualmente acontece com outros, todos deveriam igualmente serem processados.
Essa estória de que não é previsto como crime tal condição, só mostra o grande fosso que existe entre o Judiciário e os interesses do povo brasileiro. Apesar de realmente não ser uma atuação fora da lei, ela é no mínimo imoral. Coisa de quem quer sempre tirar vantagem de sua posição. Pra solucionar esse tipo de coisa a OAB (baluarte da democracia) não se mexe, só impede a policia de vasculhar escritórios de advogados ou movimenta-se na intenção de impedir que seus milionários associados acabem perdendo uma das boquinhas de rentabilidade que Peluzo agora tenta acabar através de PEC enviada ao Congresso.
É essa turma que fala da revogação da Lei da Anistia. Dá para acreditar realmente que esse pessoal fala sério, ou isso é só cortina de fumaça.
Apenas mais uma coisa. Pela primeira vez me preocupei seriamente com o Governo Dilma. Espero que não se transforme numa sucessão de negociatas e blindagens como infelizmente está parecendo que vai se tornar.
De quê Dilma tem medo? Por acaso a presidenta se considera incapaz de fazer um governo mais voltado aos interesses da sociedade sem essa turma que ela trouxe e está trazendo de votla ao poder? Se é assim, prevejo tempos negros para o país. Se não é esse o caso, como Carta mesmo alertou, Lula ganhou notoriedade e destaque politico exatamente quando se livrou de quem Dilma está trazendo de volta.
Tá na hora de alguém começar a se mexer enquanto estamos no inicio do mandato.
O outro assunto que gostaria de abordar é exatamente a guerra de Cezar Peluso contra as grandes bancas advocatícias e a OAB. É claro que a OAB, tem uma visão corporativista do assunto.
O caso é o seguinte. O atual presidente do STF que eliminar a enxurrada de recursos que caem no STF e que já foram julgados em instâncias inferiores.
O ministro Cezar Peluzo não quer com isso impedir que hajam recursos no STF, mas simplesmente impedir que se use o STF como quarta instância recursal, e com isso por tabela, tanto a morosidade processual como um todo, quanto impedir principalmente que a turma do Governo (nas três esferas) e a turma do colarinho branco ganhem anos no julgamento gerando a sensação de impunidade que realmente nós temos em relação à Justiça brasileira.
Quantos casos são conhecidos de pessoas (principalmente idosos) que tinham direito a precatórios e morreram na pobreza sem receber esse dinheiro já julgado, mas recursado até o STF? Sem falar é claro nos mais variados casos particulares que envolvem o crime do colarinho branco.
Como tudo se move a dinheiro. Os protegidos da OAB ganham milhões utilizando-se dessa manobra. E é aí que o “baluarte da democracia” defende os interesses particulares em detrimento dos interesses da sociedade.
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