Enviado por luisnassif, sex, 03/08/2012 - 08:26
Da Inovação Unicamp
Maioria dos artigos citados em patentes concedidas tem origem na universida
de Carlos Orsi
Embora mais de 70% de todas as atividades de pesquisa e
desenvolvimento realizadas nos Estados Unidos sejam feitas em empresas
privadas, apenas 13% deste trabalho é voltado para pesquisa básica,
setor onde se encontra o maior potencial para inovações radicais e que
segue precisando de forte apoio estatal, diz o relatório “Research, Development, Innovation and the Science and Engeneering Workforce”,
publicado pela National Science Board (NSB). A NSB é o órgão dirigente
da Fundação Nacional de Ciências dos EUA e atua em capacidade consultiva
para o presidente e o Congresso.
Para exemplificar a importância da pesquisa acadêmica financiada com
verbas federais para o processo de inovação tecnológica do país, o
trabalho se vale dos números de citações de artigos científicos em
patentes concedidas nos EUA. “Citações de artigos de autoria da
indústria (...) perderam participação nas citações de capa das patentes,
principalmente por conta do aumento dos artigos da academia, que
cresceram de 58% para 64%”, no período de 1998 a 2010.
As áreas em que houve crescimento mais expressivo foram engenharia –
onde a academia respondia por 46% das citações na capa das patentes em
1998, chegando a 63% em 2010 – e física, com salto de 43% para 66%.
Além de servir de base para uma parcela cada vez maior das patentes
registradas, as pesquisas acadêmicas também geram cada vez mais patentes
próprias: dados da Associação de Gerentes de Tecnologia Universitária
(AUTM, na sigla em inglês) indicam que o número de pedidos de patente
feitos por universidades praticamente dobrou em menos de uma década,
indo de 6.500 em 2001 para 11.300 em 2009. E a maior parte da pesquisa
acadêmica é financiada pelo governo federal: em 2009, as atividades de
pesquisa e desenvolvimento realizadas em universidades consumiram US$
54,9 bilhões (cerca de R$ 110 bilhões) em 2009, sendo que 58% desse
valor veio do erário.
Setor privado
Apenas 3% das empresas americanas conduzem atividades de pesquisa e
desenvolvimento, mas essa pequena parcela respondeu por 71% de todo
P&D realizado no país em 2009, diz o relatório, e por mais de 60% de
todo o investimento. No entanto, 80% dos recursos privados de P&D
são voltados para o “desenvolvimento”. Do restante, 13,9% são investidos
em pesquisa aplicada e 5%, em pesquisa básica.
“O financiamento de desenvolvimento geralmente apoia inovação
incremental, em vez da transformativa”, destaca o relatório. “Inovações
transformativas tornam-se mais prováveis quando a pesquisa básica leva a
passos quânticos na expansão do conhecimento”, prossegue o texto.
“Aqui, o governo federal desempenha um papel fundamental, arcando com
53% de todo o financiamento de pesquisa básica nos EUA,comparado com 22%
do setor de negócios”.
“Estes investimentos em pesquisa básica criam os tijolos da inovação,
criando a base de conhecimento transformativo de que o setor privado
lança mão”, afirma a NSB.
O relatório nota que, a despeito da crise internacional, o
investimento dos EUA em P&D segue “forte”, mas que a recente redução
do apoio do setor privado e os cortes de gastos públicos são motivo de
preocupação.
O trabalho encontra sinais de recuperação do investimento de capital
de risco em ciência e tecnologia. Depois de atingir em pico em 2000 e de
oscilar entre altos e baixos até 2007, esse tipo de investimento caiu
por dois anos consecutivos – em 2008 e 2009 – mas voltou a subir em
2010.
Necessidade
“P&D básico e aplicado que o setor privado não tem probabilidade
de sustentar em nível suficiente requer financiamento sustentado e
direto do governo federal”, conclui o relatório. Isso é necessário “para
criar a base de conhecimento de ideias de potencial transformativo” que
gera inovação.
Além disso, em cenários de retração do investimento privado, é
preciso que o Estado supra esse papel – algo que, de acordo com a NSB,
ocorreu nos dois períodos de redução de atividade econômica verificados
neste século. A despeito desse fato, o relatório adverte que o
financiamento público para universidades de pesquisa vem caindo, ao
mesmo tempo em que o número de estudantes e os custos aumentam.
“O financiamento público é essencial para sustentar a excelência das
instituições públicas de pesquisa que desempenham um papel significativo
no sistema de inovação dos EUA”, adverte o trabalho.
Fazendo um paralelo com as olimpíadas. O resultado pífio do Brasil é simplesmente a consequência da falta de investimento nos esportes dentro do país que não é de hoje (e o partideco não solucionou).
Mas, como em minha opinião Lula fez duas grandes idiotices na área que foi trazer a copa e as olimpíadas para o Brasil, veremos (pela televisão, pois os valores dos ingressos são proibitivos para o povo) esse desempenho pífio em nosso quintal.
Sabe o que eu considero pior. A forma como a mídia aborda os resultados. Nossos atletas que estão disputando (com raras excessões) treinam dentro do Brasil em condições precárias (para o resultado que se espera deles) e são ao meu ver verdadeiros heróis por conseguirem estar presentes em uma competição desse nível.
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