viomundo - publicado em 26 de setembro de 2012 às 10:15
25/09/201216h52 > Atualizada 25/09/201217h56
Mais uma obra de Monteiro Lobato é alvo de denúncia por racismo
Suellen Smosinski
Depois de “Caçadas de Pedrinho”, outra obra do escritor Monteiro
Lobato é alvo de denúncia. O livro de contos “Negrinha”, adquirido pelo
MEC (Ministério da Educação) por meio do Programa Nacional Biblioteca na
Escola, também foi considerado racista e sexista pelos mesmos autores
da ação contra “Caçadas de Pedrinho”, que pedem agora que a CGU
(Controladoria Geral da União) investigue a aquisição da obra.
A ação administrativa foi protocolada nesta terça-feira (25) e é
assinada por Antonio Gomes da Costa Neto e Elzimar Maria Domingues,
mestres em educação, e por Humberto Adami, advogado do Iara (Instituto
de Advocacia Racial e Ambiental).
“‘Negrinha’ foi adquirida entre 2009 e 2010 e tem uma nota de
apresentação que diz que esse conto afasta a injúria de que Monteiro
Lobato seria racista, quando, na verdade, o que vemos é o contrário. A
nota é ruim e demonstra a falta de cuidado que o MEC está tendo com o
assunto. As obras estão sendo adquiridas sem estar de acordo com a
legislação”, afirmou Adami.
Segundo Adami, se a CGU concluir que obra está em desacordo com o
programa, ela não pode circular nas escolas. “É preciso verificar se a
aquisição cumpriu os termos da legislação específica do programa, que
diz que as obras selecionadas não podem apresentar estereótipos e
preconceitos”, disse o advogado.
A assessoria de imprensa da CGU confirmou o recebimento da denúncia e
informou que a matéria foi encaminhada às áreas técnica e jurídica para
um primeiro exame. O MEC disse que ainda não foi notificado da ação.
“Negrinha”
Confira a apresentação da personagem título do conto “Negrinha”:
“Negrinha era uma pobre órfã de 7 anos. Preta? Não, fusca, mulatinha
escura, de cabelos ruços e olhos assustados. (…) O corpo de Negrinha era
tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele os da casa todos os
dias, houvesse ou não motivo.”
Aqui, a íntegra da denúncia.
Li a denúncia e fiquei me perguntando se esse pessoal algum dia estudou história. Será que não sabem que a escravidão não foi levada pelo colonizador europeu para a África e sim que ela já era um prática comum entre os próprios povos africanos? Será que devemos com essa mesma desculpa de tratamento desumano eliminar dos livros de história e geografia o holocausto provocado pelo nazismo? Será que os professores formados (até mesmo nas instituições de onde vieram os denunciantes) não são capazes de contextualizar a obra e assim trabalhar as questões de racismo? Será que esse pessoal já leu "Viva o Povo Brasileiro" de João Ubaldo Ribeiro que também está no PNLD? Será que também vão defender o ministro Joaquim Barbosa que está sendo "açoitado" pelas hordes petistas?
Essa mentalidade tacanha do politicamente correto, de querer promover uma caçada aos autores sem perceber o contexto de seus escritos é de uma limitação impressionante.
Antes que eu me esqueça. Se é para continuar com esse tipo de idiotice, sugiro ao grupo que entre com uma ação expurgando os filósofos gregos que pregavam o ócio, baseado na escravidão para que esse pudesse ocorrer. John Locke não falava de ócio, mas defendeu a escravidão dos negros (outro a ser riscado dos estudos filosóficos, históricos, etc.). Encerro por aqui.
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