Os números da produção industrial em agosto, divulgados ontem pelo IBGE, não chegaram a surpreender. Os vários indicadores do setor já vinham mostrando que em julho a indústria ultrapassara o seu modesto padrão de crescimento dos últimos dois anos - uma média de 3% -, embicando rumo aos 5%. A novidade nesses dados, segundo destaca o Iedi, está no fato de que sugerem que, mesmo esse patamar, pode ser superado. Com ajuste sazonal, o aumento de produção do setor foi de 1,3%, batendo nos 6,6% na comparação com agosto de 2006. 'No ano, o crescimento é de 5,3%, denotando aceleração com relação ao crescimento acumulado até julho (5,1%) e junho (4,8%)', admite o Iedi. A reportagem é de Sonia Racy, jornalista, e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 5-10-2007.
Isso posto, o economista Fabio Giambiagi, do Ipea, clama por uma mudança de discurso do setor industrial. Ele lembra que, no começo do ano, quando o câmbio estava em R$ 2,10, especialistas em câmbio advertiram que a tendência era de que a taxa caísse abaixo de R$ 2,00. E foram acusados de 'adeptos de um Brasil onde só há espaço para o agribusiness e os bancos'. Enquanto isso, os industriais anunciavam, com todas as letras, que o Brasil estava se 'desindustrializando'. O fato é que, nos primeiros 8 meses do ano, a indústria cresceu mais de 5% e o setor de bens de capital, quase 18%. 'É simplesmente espantoso que, em face desses números, não apenas quem defendia essa tese não tenha tido a humildade de reconhecer o erro, como insista na tese de que o País está passando por uma fase de desindustrialização.'
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