O uso do hidrogênio como combustível é o sonho dos ecologistas. Ao ser queimado – numa caldeira ou num motor de carro – produzirá apenas vapor de água, um gás que não apenas não tem efeito sobre o aquecimento global, mas que limpa e protege. Mas o problema é que na Terra não há praticamente hidrogênio livre (H2); o que existe é, precisamente, água (H2O). E, claro, se for necessário gastar energia para romper a molécula de água para extrair o hidrogênio, já não compensam os benefícios do uso do hidrogênio com combustível. As informações estão publicadas no jornal espanhol El País, 12-08-2008. A tradução é do Cepat.
O círculo pode ser rompido com um sistema idealizado por cientistas do prestigioso Massachusetts Institute of Tecnology (MIT). Trata-se de conseguir que a quebra da molécula de água necessite menos energia que a que o hidrogênio proporcionará depois. Daniel Nocera e Mattew Kanan publicaram um artigo no Science no qual descrevem como idealizaram um sistema que facilita esse processo. Trata-se de acrescentar catalisadores (basicamente fosfatos, uma substância abundante na Terra, e cobalto) na água antes de lhe aplicar eletrodos para rompê-la (processo conhecido como eletrólise).
Dessa maneira, a reação química resulta energeticamente favorável: gasta-se menos energia para obter o hidrogênio do que ao queimá-lo depois. Além disso, para que tudo seja mais limpo, usaram energia solar para as eletrólises. Desta maneira, todo o ciclo se converte num processo mais limpo e menos poluidor.
A descoberta foi muito bem recebida pelos cientistas. A produção do hidrogênio é “gargalo da garrafa” deste tipo de energia, assinalou José Ramón Isasi, do Departamento de Química e Edafologia da Universidade de Navarra, num comentário publicado no portal de comunicações científicas do centro educativo onde seus especialistas destacam as notícias mais inovadoras.
Não bastasse isso, o método tem ainda outra vantagem. Em muitas reações químicas que necessitam de catalisadores (uma espécie de intermediários que provocam ou aceleram os processos), estes acabam se deteriorando ou contaminando. Neste caso, isso não acontece, assinala Isasi: “Quando se desconecta o eletrodo, os íons de cobalto de regeneram”, razão pela qual estes não se gastam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário