A atual crise do petróleo poderá se agravar nas próximas décadas com a continuação do aumento da demanda e a redução da produção. A reportagem é de Graça Magalhães-Ruether e publicada pelo jornal O Globo, 17-08-2008.
Para Wolfgang Blendinger, do Instituto de Geologia e Paleontologia da Universidade Técnica de Clausthal, até 2030 a produção será reduzida à metade do que é hoje, com conseqüências dramáticas para os países que são apenas consumidores.
Segundo ele, o Brasil será até 2020 um dos maiores centros de produção de combustível — tanto petróleo como biocombustíveis — tornandose a “Arábia Saudita da América do Sul”, mas o aumento da produção brasileira não será bastante para “saciar a fome de combustível do mundo”.
O preço do petróleo subiu mais de 100% ao longo de um ano e cerca de 400% em relação a 2000. Analistas atribuem o aumento à especulação, mas Blendinger, um dos principais especialistas em geologia do petróleo da Europa, explica o fenômeno como um resultado simples de aritmética:
— Desde 2005 não houve aumento da produção do petróleo, enquanto a demanda continuou, e continua, crescendo. Apenas em três lugares do mundo a perspectiva é de um aumento significativo da produção.
Um deles é o Brasil, onde a Petrobras descobriu, em 2007, o campo de Tupi, na camada pré-sal, com estimativa de reservas de até oito bilhões de barris de petróleo. Blendinger destaca ainda o fato de a produção de biocombustíveis não rivalizar com a de alimentos.
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