Da BBC Brasil
Em década de Chávez, pobreza caiu na Venezuela
Claudia Jardim
De Caracas para a BBC Brasil
Há dez anos, cerca de 4,8 milhões de venezuelanos viviam em situação de pobreza e a saúde e a educação eram um privilégio.
Desde que o presidente Hugo Chávez assumiu o governo, a área social passou a ser prioritária em sua gestão, que contou com o incremento dos preços do petróleo para o financiamento dos projetos sociais.
Até mesmo os críticos da política econômica do governo, cuja estrutura continua dependente fundamentalmente da exploração petrolífera, concordam que as condições de vida dos venezuelanos melhoraram sob a administração chavista.
“Os setores sociais antes marginalizados e excluídos, realmente saíram da pobreza crítica, estão melhor, ninguém pode negar isso. Os que não comiam nem o suficiente, agora estão comendo”, afirmou Domingo Maza Zavala, ex-diretor do Banco Central da Venezuela (BCV).
De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas, em 1999, 20,1% dos venezuelanos viviam na extrema pobreza. Em 2007, o índice havia caído para 9,5%.
O número de pobres total no início do governo era de 50,5 % - mais de 11 milhões de venezuelanos. Esse número caiu para 31,5%.
De um universo de 26,4 milhões de pessoas, 18,8% dos venezuelanos saíram da linha da pobreza (cálculo realizado com base nos dados oficiais).
Para o historiador norte-americano Steve Ellner, professor da Universidade dos Andes, no Estado de Mérida (Venezuela), entre apostar no desenvolvimento econômico e na industrialização do país ou investir no setor social, Chávez privilegiou o segundo na divisão da renda obtida com o petróleo.
“No curto prazo, programas de desenvolvimento econômico teriam dado resultados mais rápidos, mas a prioridade era o social”, afirmou.
O relatório da Cepal de 2008, que aponta a diminuição da pobreza na América Latina, indica que os programas sociais foram os responsáveis pela queda no número de pobres na Venezuela.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2007 pela empresa Datanálisis, nos últimos oito anos o consumo das classes E e D havia aumentado em 22%, impulsionado pelo incremento do salário mínimo (que subiu de US$ 47 em 1999 para US$ 371) e pela ajuda financeira que provém dos programas sociais.
Com exceção dos programas relacionados com a saúde, os beneficiários das “missões” (nome dado por Chávez aos programas sociais) recebem uma ajuda média de US$ 100.
“Parte dos recursos obtidos com o petróleo foi distribuída por meio desses programas”, afirmou o ex-diretor do BCV Maza Zavala.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2009/01/090130_venezuela_social_cj_cq.shtml
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